A palavra como laço social na clínica Psicodinâmica do Trabalho

Autores

  • Victoria Ayelén Gómez Universidade de Brasília - UnB Bolsista do CNPq - Brasil
  • Ana Magnólia Mendes Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e do Trabalho e das Organizações - PSTO do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB).
  • Daniela Scheinkman Chatelard Professora associada no Programa da Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura - PCL do Instituto de Psicologia na Universidade de Brasília
  • Isalena Santos Carvalho Docente-adjunto III do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão.

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2016.92.10

Resumo

A clínica do trabalho vem se fortalecendo pela diversidade de formas e abordagens. No Brasil, seu desenvolvimento acompanhou, principalmente, a divulgação do enfoque teórico e metodológico da Psicodinâmica do Trabalho. A condução clínica no trabalho tem como propósito a emancipação e a construção de laços afetivos, além do desejo de resgatar a capacidade de pensar sobre o sofrimento no trabalho e seu compartilhamento com o coletivo de trabalhadores. No entanto, o contexto de trabalho pautado nos modelos de gestão neotayloristas ensina que não se fale o que se sente ou se vivencia. Existem angústias difíceis de nomear no ambiente laboral, e isso se deve à impossibilidade de sua expressão. Este artigo tem como objetivo discutir o poder da fala na clínica do trabalho como instrumento político, bem como refletir sobre o papel e a posição do clínico do trabalho. A palavra tem um poder de inscrever no simbólico o que escapa ao controle e permite, assim, a elaboração-perlaboração dos eventos; dessa forma, fundamenta-se que a palavra provoca afeto e desbanaliza as injustiças, bem como possibilita a elaboração do que faz sofrer. Destaca-se, ainda, que tal processo é viabilizado pela posição do clínico, que deve estar preparado para receber o que lhe vai ser depositado pelo sujeito.

Palavras-chave: clínica psicodinâmica, trabalho, escuta qualificada.

Biografia do Autor

Victoria Ayelén Gómez, Universidade de Brasília - UnB Bolsista do CNPq - Brasil

Psicóloga - Universidad Nacional de Córdoba - Argentina. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicodinâmica do Trabalho e Psicologia Educacional.Membro do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho LPCT- unidade do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília.

Mestranda da Universidade de Brasília - UnB.

Ana Magnólia Mendes, Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e do Trabalho e das Organizações - PSTO do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB).

Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e do Trabalho e das Organizações - PSTO do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB). Estágio Sênior no Freudian-Lacanian Institute Après-Coup Psychoanalytic Association em parceria com a School of Visual Arts, New York (EUA). Estágio pós-doutorado no Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM), Paris, doutorado em Psicologia pela UnB e sanduíche na Universidade de Bath, Inglaterra, mestrado e graduação em Psicologia. Coordenadora junto com a Profa Daniela Chatelard do Núcleo de Estudos em Psicanálise, Trabalho e Política. Trabalha com as temáticas: sofrimento, psicopatologias do trabalho, dispositivos da escuta clínica e práticas em clínica do trabalho. Pesquisadora do CNPq desde 1996. Membro do GT Psicodinâmica e Clínica do Trabalho na ANPEPP. Sites www.psto.com.br; www.lpct.com.br; email: anamag@unb.

Daniela Scheinkman Chatelard, Professora associada no Programa da Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura - PCL do Instituto de Psicologia na Universidade de Brasília

Professora associada no Programa da Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura - PCL do Instituto de Psicologia na Universidade de Brasília. Coordenadora junto com a Profa Ana Magnólia Bezerra Mendes (PSTO-UnB) e com a Profa Lêda Gonçalves (Programa de Pós-Graduação de Psicologia da Universidade Católica de Brasília) do Núcleo de Estudos em Psicanálise, Trabalho e Política (Lapsus). Possui Graduação em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula- RJ (1986). Mestrado em Psicanalise - Universite de Paris VIII (1994) e doutorado em Filosofia - Universite de Paris VIII (1999). Trabalha com ênfase na Psicanálise, Freud e Lacan, atuando principalmente nos seguintes temas: transferência, teoria da constituição do sujeito, objeto, estrutura, metapsicologia, estatuto do Outro na contemporaneidade. Pesquisadora do Cnpq desde 2013. Membro do GT Psicanálise, Política e Clínica na ANPEPP.

Isalena Santos Carvalho, Docente-adjunto III do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão.

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Maranhão (2001). Fez Mestrado em Psicologia (2004) e doutorado em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília (2008). Atualmente, é docente-adjunto III do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão, com exercício profissional na Graduação e no Mestrado em Psicologia. Sua experiência de pesquisa e de intervenção envolve os seguintes âmbitos: Psicanálise, psicoses, família, políticas públicas de saúde mental e desenvolvimento humano.

Downloads

Publicado

2016-06-03

Edição

Seção

Artigos