Privações afetivas e relações de vínculo: psicoterapia de uma criança institucionalizada

Autores

  • Luan Paris Feijó Complexo de Ensinos Superior de Cachoeirinha (CESUCA - Faculdade Inedi) e Instituto de Ensinos e Pesquisa em Psicoterapia (IEPP - Porto Alegre)
  • Débora Silva de Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2016.91.06

Resumo

O presente artigo investigou o impacto das privações afetivas para o vínculo com as figuras parentais, para a relação terapeuta-paciente e para a atividade lúdica de uma criança em situação de acolhimento institucional. Desse modo, o método utilizado foi de um estudo de caso único, de caráter qualitativo e delineamento longitudinal. Para a compreensão do caso, foi realizada a análise de conteúdo com base nos registros das sessões dialogadas. Os resultados revelaram que as privações afetivas projetadas pelo paciente representaram o impacto dos rompimentos de vínculos, perpassando para as demais relações interpessoais. As vivências das privações afetivas foram traumáticas e, inicialmente, excederam a capacidade de simbolização, não conseguindo o paciente colocar em palavras essas vivências, e, com isso, gerando diferentes fantasias de castigo, morte, privação e fantasia de superação. Através do processo psicoterapêutico, percebeu-se a necessidade de promover o cuidado, a continência e a sustentação, os quais foram possibilitados na relação com o terapeuta. Por fim, através da brincadeira na psicoterapia, houve a possibilidade de um espaço para a representação da dinâmica de funcionamento do paciente e para a interpretação do que se passava em seu mundo interno, incrementando, assim, sua capacidade simbólica. Dessa forma, demonstrou-se a necessidade de estudar o tema, para melhor compreensão do caso clínico. Por fim, considera-se que são essenciais intervenções psicológicas para um desenvolvimento saudável, bem como um maior número de pesquisas sistemáticas nesse contexto.

Palavras-chave: criança institucionalizada, psicoterapia, relações de vínculo, privações afetivas.

Biografia do Autor

Luan Paris Feijó, Complexo de Ensinos Superior de Cachoeirinha (CESUCA - Faculdade Inedi) e Instituto de Ensinos e Pesquisa em Psicoterapia (IEPP - Porto Alegre)

Pós-Graduando em Formação - Psicoterapia de Orientação Psicanalítica no Instituto de Ensino e Pesquisa em Psicoterapia (IEPP). Graduado em psicologia pelo Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha (CESUCA) - Faculdade Inedi (2015). Técnico em Contabilidade pela E.T.E Marechal Mascarenhas de Moraes (2010). Psicólogo Clínico na empresa Clínica Mente Ativa e Clínica Espaço Vital. Atualmente realiza pesquisas e intervenções como Psicólogo Voluntário no Centro de Estudos Psicológicos - Rua (CEP-Rua/UFRGS). Tem experiência na área de Psicologia, estudando principalmente os seguintes temas: Teoria Psicanalítica, Avaliação Psicológica e populações em situação de vulnerabilidade social.

Débora Silva de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Maria (2003) e em Sistemas de Informação pela Universidade Franciscana de Santa Maria (2000). Concluiu o mestrado em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006) e o Doutorado por este mesmo Programa de Pós-Graduação na UFRGS (2010). É especialista em Terapia de Família e de Casal pelo Instituto da Família de Porto Alegre - INFAPA (2008) e em Psicologia Jurídica pela Faculdade do Ministério Público do Rio Grande do Sul (2009). Faz parte do corpo docente da Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e no Curso de Psicologia e atua como professora colaboradora e supervisora no INFAPA. Tem experiência na área clínica e de pesquisa em Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia, desenvolvimento humano, desenvolvimento emocional infantil, desenvolvimento da família e do casal, e as relações da Psicologia com o Direito e a Justiça. Coordenou Grupo de Pesquisa na área da Violência Doméstica e Intrafamiliar.

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Publicado

2015-12-01

Edição

Seção

Artigos