Monogamia: interpretações winnicottianas

Autores

  • Patrícia Mafra Amorim Universidade Federal de Minas Gerais
  • Fabio Roberto Rodrigues Belo Universidade Federal de Minas Gerais
  • Giselle Gonçalves Mattos Moreira Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2015.82.09

Resumo

O objetivo deste artigo é desenvolver hipóteses sobre as relações entre o desenvolvimento psíquico e emocional tal como descrito por Winnicott e a monogamia. A monogamia pode ser interpretada como uma tentativa de retorno à situação originária, na qual a segurança proporcionada pela relação de dependência com a mãe é reencontrada. Nesse tipo de arranjo amoroso, tenta-se restabelecer sentimentos de segurança, exclusividade e necessidade do outro. Assim, propõe-se pensar a constituição de um casal como uma tentativa de fixarem-se como indispensáveis, recusando a transitoriedade e a transicionalidade do vínculo. Essa relação seria uma tentativa de nos poupar da angústia de não sermos amados e apaziguaria o excesso de excitação pulsional herdado dos carinhos iniciais dos primeiros cuidadores. É ainda possível pensar que a monogamia, por ser um modelo social impositivo, também facilite a instalação e a manutenção de falsos selves.

Palavras-chave: monogamia, Winnicott , dependência materna.

Biografia do Autor

Patrícia Mafra Amorim, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2014), com ênfase em Psicologia Clínica. É psicóloga clínica no Hospital Espírita André Luiz(HEAL), sendo responsável pela Unidade de Tratamento de Dependência Química. É Psicóloga Preceptora de estágio na Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Atualmente está cursando o programa de Mestrado em Estudos Psicanalíticos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Fabio Roberto Rodrigues Belo, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui graduação em Psicologia, pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999). Mestrado em Psicologia, na área de concentração "Estudos Psicanalíticos" (FAFICH - UFMG - 2003): pesquisa sobre a noção de sujeito psíquico a partir do diálogo entre a psicanálise de Freud e Laplanche e o pragmatismo de Wittgenstein, Rorty e Davidson. Doutorado em Literatura Brasileira (FALE - UFMG - 2007): análise do romance "Sargento Getúlio", de J. Ubaldo Ribeiro, com o objetivo de entender, por um lado, os eventos ali descritos como alegoria da produção de subjetividade ao longo da história do Brasil - a partir da sociologia de Weber e a filosofia política de Hannah Arendt - e, por outro, compreender os artifícios estéticos empregados por Ubaldo na construção do personagem-narrador, Getúlio, a partir da estética de G. Bataille e G. Didi-Hubermann. Atualmente, possui dois projetos de pesquisa: (1) as relações entre as obras de Jean Laplanche e Donald Winnicott (aspectos clínicos, políticos e teóricos) e (2) o ciúme patológico nos homens.

Giselle Gonçalves Mattos Moreira, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduanda do curso de Psicologia na Universidade Federal de Minas Gerais.

Downloads

Publicado

2015-09-03

Edição

Seção

Artigos