Infelizes para Sempre: divórcio litigioso e sofrimento emocional à luz da teoria winnicottiana

Autores

  • Marina Magalhães Mesquita Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Tania Mara Marques Granato Pontifícia Universidade Católica de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2022.151.02

Resumo

Considerando que o número de processos judiciais de divórcio litigioso vem crescendo nos últimos anos, o objetivo deste estudo foi compreender psicanaliticamente como essa experiência é emocionalmente integrada à história de vida de ex-cônjuges. Foram entrevistados 10 adultos, 6 mulheres e 4 homens, com idade entre 35 e 75 anos que passaram por um processo litigioso e que tinham filhos menores à época do divórcio. Entrevistas abertas individuais foram conduzidas a partir de uma pergunta disparadora que proporcionou aos participantes a possibilidade de narrar suas vivências por meio da associação livre de ideias e afetos. Após cada entrevista foi elaborada uma Narrativa Transferencial (NT) para comunicar o contexto e o conteúdo dos encontros, além das impressões pessoais da pesquisadora. O conjunto das NTs foi compartilhado com o grupo de pesquisa resultando na interpretação de três campos de sentido afetivo-emocional. O campo “Infelizes para sempre”, a partir do qual os seguintes se desenvolvem, denota a longevidade da repercussão emocional do divórcio; o campo “A culpa é do outro” comunica a inabilidade de se apropriar da própria responsabilidade na construção da realidade vivida; e, “E os filhos?” denuncia a situação dos filhos que acabam negligenciados em meio ao turbilhão de emoções parentais.

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Publicado

2022-05-23

Edição

Seção

Artigos