A correlação entre as formas verbais imperfectivas e os planos discursivos sob a ótica da marcação e do processo de gramaticalização

Autores

  • Valdecy de Oliveira Pontes Universidade Federal do Ceará

Resumo

Neste artigo, tratamos do pretérito imperfeito e das perífrases imperfectivas e a sua relação com os planos discursivos figura e fundo. Deram suporte a nossa pesquisa pressupostos do Funcionalismo Linguístico (marcação e gramaticalização). Partimos da hipótese de que, numa narrativa, encontramos formas imperfectivas atuando como fundo da narrativa e, também, na progressão dos fatos. Nossos dados provêm de vinte e quatro contos escritos por autores de língua espanhola, selecionados a partir do parâmetro comarca cultural: Caribe; México e América Central; Andes; Rio da Prata; Chile e Espanha. Obtivemos um total de 2093 dados, sendo que 1803 desses são de formas do pretérito imperfeito do indicativo, 86,15% do total, e 290 de perífrases imperfectivas de passado, o que corresponde a 13,85% do total. Os resultados confirmam que as formas imperfectivas também podem atuar como figura, já que 30,2% das formas de pretérito imperfeito e 10% das perífrases imperfectivas de passado desempenham um papel significativo na progressão dos eventos e nas ações desenvolvidas, nos diversos contos analisados. No que tange aos percentuais das formas classificadas como fundo 1, verificamos menor ocorrência com dados do pretérito imperfeito: 505 formas, ou seja, 28% do total das 1803 formas de pretérito imperfeito encontradas nas narrativas analisadas. Por outro lado, as perífrases imperfectivas de passado apresentaram 122 ocorrências, 42% do total de 290 formas de perífrases que compõem o corpus analisado. Identificamos, também, menor ocorrência de formas classificadas como fundo 2 com dados do pretérito imperfeito: 754 formas, ou seja, 41,8% do total das 1803 formas de pretérito imperfeito. Por outra parte, as perífrases imperfectivas de passado apresentaram 139 ocorrências, 48% do total de formas perifrásticas. Por último, é salutar pontuar, com base nas ocorrências, que as formas verbais imperfectivas ampliaram o sentido original de atuar apenas no fundo da narrativa devido a um processo de gramaticalização, e passam a atuar, também, no plano figura.

Palavras-chave: planos discursivos, perífrases imperfectiva, pretérito imperfeito.

Biografia do Autor

Valdecy de Oliveira Pontes, Universidade Federal do Ceará

Professor adjunto de Língua Espanhola da Universidade Federal do Ceará. Possui Licenciatura Plena em Letras Português / Espanhol pela Universidade Federal do Ceará (2006), especialização em Linguística Aplicada pela Faculdade Sete de Setembro (2009), mestrado em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará (2009) e doutorado em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (2012). Atualmente, realiza estágio pós-doutoral em Estudos da Tradução, na Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência nas áreas de Linguística Aplicada, Tradução, Sociolinguística, Dialetologia, Funcionalismo (corrente norte-americana) e Sociofuncionalismo. Atuando principalmente nos seguintes temas: espanhol como língua estrangeira, aspecto, modalidade, pretéritos perfeito e imperfeito, tempo verbal, ponto de referência, tradução e ensino de língua estrangeira, material didático de espanhol como língua estrangeira.

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Publicado

2016-08-21

Como Citar

Pontes, V. de O. (2016). A correlação entre as formas verbais imperfectivas e os planos discursivos sob a ótica da marcação e do processo de gramaticalização. Calidoscópio, 14(2), 184–198. Recuperado de https://www.revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2016.142.01

Edição

Seção

Artigos