Estudo explanatório-crítico de narrativas jornalísticas e a problematização de gêneros
Resumo
Identificações como travestis, transexuais, transgêneros, intersexos e g0ys caracterizam “Outridades” que fogem à concepção heteronormativa sobre gênero e sexo, porque constituem performatividades subversivas, ou seja, atos políticos que desnaturalizam a matriz binária, hierárquica e atributiva. A realização de pesquisas Queer em interface aos estudos discursivos críticos nos serve de mote para problematizar essas novas expressões identitárias enquanto processos discursivos e sociais. O objetivo deste artigo é apresentar um estudo crítico da narrativa jornalística sobre a travesti Rogéria, na reportagem publicada na seção “Vida”, na edição de setembro de 2013, na revista RG (Registro Geral do que interessa), publicação mensal da Carta Editorial. A partir do arcabouço teórico e metodológico proposto por Chouliaraki e Fairclough (1999) e Fairclough (2003), sobre a relação dialética entre gênero discursivo, discurso e estilo enquanto práticas que significam ações, representações e identificações sociais, concluímos que a RG perpetua uma concepção essencialista sobre identidades de gênero e sexualidade, e restringe a construção de Rogéria ao contexto de shows e espetáculos. Considerando a potencialidade formadora de opinião pública que a mídia exerce e sua voz predominante no texto, percebemos que a reportagem não amplia o debate sobre corporeidade e gênero, ao contrário, reproduz o estereótipo de travesti enquanto alegoria artística.
Palavras-chave: discurso, performatividade, travesti.
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