Narrativas como práticas de agentes comunitárias: a fala ‘no’ e ‘sobre’ o trabalho em uma reunião sobre o tratamento da tuberculose
Resumo
O estudo focaliza narrativas que emergem como fala ‘sobre’ e ‘no’ trabalho e apontam para o contexto das práticas profissionais de agentes comunitárias bem como para orientações do Diretor do Instituto sobre ‘como fazer o trabalho’, em uma reunião de trabalho do Instituto Vila Rosário, no tratamento da tuberculose. A pesquisa é de natureza qualitativa, no âmbito da análise da narrativa como práticas, de cunho interacional e sequencial, em interface com a abordagem de enquadres interacionais. Os dados para análise, gravados em áudio e transcritos mediante convenções da Análise da Conversa, são segmentos de uma reunião realizada no Instituto em 2009. A análise dos dados indica que a fala ‘sobre’ e ‘no’ trabalho é acionada pelas agentes comunitárias de saúde, através das narrativas, que representam uma forma indireta de se posicionarem a respeito do próprio trabalho, no curso da reunião. As narrativas ilustram, exemplificam e evidenciam a concepção de trabalho das agentes, em diferentes enquadres. Do ponto de vista do Diretor do Instituto, temos a percepção do espaço interacional e social da reunião como um lugar para dar orientações sobre o trabalho das agentes de saúde e estabelecer planos para o Instituto. No entanto, através das narrativas em ação, as agentes negociam a tensão na ordem interacional e institucional, trazendo um repertório de ações, atitudes, posicionamentos, procedimentos, mostrando seu entendimento de como se posicionar e agir na realização do seu trabalho cotidiano junto aos moradores de Vila Rosário, no tratamento da tuberculose.
Palavras-chave: análise da narrativa, sociolinguística interacional, agentes de saúde, tuberculose
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