O trabalho-de-face agressivo em disputas pelo papel de vítima na Delegacia da Mulher em Florianópolis/SC

Autores

  • Clara Dornelles

Resumo

O principal objetivo deste artigo é descrever e problematizar a construção interacional da face em sessões de orientação a casais (SOC) da Delegacia da Mulher (DM), em Florianópolis. As SOC aqui investigadas são mediadas por uma assistente social que age para identificar as razoes que levaram o casal a enfrentar problemas conjugais. Os tipos de problemas discutidos nas interações de orientação são geralmente relacionados à má conduta dos parceiros, o que é coerente com o objetivo geral de tais encontros, qual seja, o de mudar o comportamento das pessoas. Diante dessa organização social, cada um dos cônjuges presta contas do seu próprio comportamento e do de seu/sua companheiro/a de modo a construir uma “boa imagem” de si, em detrimento da imagem do outro. Assumindo as perspectivas da sociolinguística interacional e da microetnografia, analisamos o trabalho-de-face agressivo em disputas pelo papel de vitima nas SOC investigadas, em que o trabalho-de-face se constrói como um trabalho delicado e moral.

Palavras-chave: trabalho-de-face agressivo, mediação, Delegacia da Mulher.

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Publicado

2021-05-27

Como Citar

Dornelles, C. (2021). O trabalho-de-face agressivo em disputas pelo papel de vítima na Delegacia da Mulher em Florianópolis/SC. Calidoscópio, 7(2), 112–123. Recuperado de https://www.revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/4863

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Artigos