doi: 10.4013/ver.2009.23.52.05

Ativismo em redes sociais digitais: formas de participação em ações coletivas no ciberespaço
Activism in digital social networks: forms of participation in collective actions in cyberspace

Gabriela da Silva Zago
gabrielaz@gmail.com

Jandré Corrêa Batista
jandrecb@gmail.com

Resumo. O potencial relacional das redes sociais digitais tem sido cada vez mais empregado para mobilizações sociais e ações coletivas. Essa utilização guarda relação com o ativismo, na medida em que possibilita aos atores sociais o desempenho de um papel protagonista nessas ações. O presente trabalho tem por objetivo buscar compreender os tipos de participantes de ações coletivas no ciberespaço a partir da identificação e da categorização das diversas motivações que os levam a participar de tais ações. As considerações são traçadas tendo por base o estudo de caso, a partir do mapeamento da rede e da realização de entrevistas por e-mail, de uma ação em específico: a Google bomb contra a revista Veja, uma mobilização realizada a partir de fevereiro de 2008, que contou com a participação de diversos blogueiros em uma forma peculiar de protesto no ciberespaço.

Abstract. The relational potential of social networks has increasingly been used in social mobilizations and collective actions. This utilization is related to digital activism, since it allows social actors to have an active role in these actions. This work aims to try to understand the type of participants of these collective actions in cyberspace, from the identification and the categorization of the diverse motivations that lead them to take part on these actions. The considerations are made based on the case study, from mapping the network and making interviews through e-mail, of an specific action: a Google bomb against Veja magazine, a mobilization done since February 2008 and that counted with the participation of many bloggers in a singular way of protest in cyberspace.

Introdução

Na perspectiva de compreender as transformações políticas que a Comunicação Mediada por Computador (CMC) tem proporcionado às relações humanas em termos de promoção de novas formas de comunicação na condição de potenciais instrumentos de mobilização da sociedade civil (Rheingold, 2002), o presente trabalho busca explorar as dinâmicas sociais relacionadas à emergência de manifestações coletivas na Internet através da proposta de categorização das formas de participação em ações coletiva no ciberespaço.3

Caracterizadas pela sinergia de esforços na concessão da individualidade à representação em grupo, as ações coletivas propõem novas formas de organização à sociedade (Gohn, 1997) com vistas à ostentação, diluída, de níveis convergentes de influência política (Axelrod, 1997). Nesse contexto, com o advento da Internet, as manifestações coletivas passam a ir além das antigas fronteiras espaço-temporais e a alcançar potenciais expressivos de organização social (Rheingold, 2002).

Na proposta de dar continuidade a outros trabalhos que tratam da questão da cooperação, da identidade e do capital social em ações coletivas na Internet (Batista e Zago, 2008) e das motivações no contexto das manifestações coletivas (Zago e Batista, 2008), o presente trabalho tem por objetivo discutir alguns paradigmas do conceito de ação coletiva, de modo a situá-lo em meio às particularidades trazidas pela CMC. Dentro dessa proposta, também se procura identificar os diferentes tipos de participantes de uma ação conjunta no ciberespaço. As considerações são baseadas no estudo de caso de uma ação em específico: a Google bomb da revista Veja, uma mobilização iniciada em um blog que se espalhou por vários pontos da rede.

Assim, em um primeiro momento, busca-se apresentar alguns paradigmas das correntes teóricas da ação coletiva e compará-los ao ambiente digital, com base em autores como Thompson (1998) e Tatum (2005). Após, são traçadas considerações sobre as especificidades das redes sociais enquanto suportes para ações coletivas, a partir de Recuero (2005, 2006a) e Costa et al. (2003), bem como são trazidas para discussão as noções de cooperação e conflito, com base em autores como Primo (2007), Axelrod (1997) e Antoun (2004). Por fim, é apresentada uma tipologia de participantes da ação coletiva em estudo – a Google bomb da revista Veja.

Ativismo em redes sociais

Thompson (1998), ao se referir à quase-interação mediada (produção em massa, no modelo um para muitos, como no caso da televisão), identifica três formas de ação responsiva conjunta que os indivíduos podem orquestrar como resposta às mensagens da mídia. Um primeiro tipo diz respeito a “quando os indivíduos reagem de formas semelhantes diante de ações, expressões ou eventos mediados, embora estejam situados em diversos contextos e não haja comunicação ou coordenação entre eles” (Thompson, 1998, p.102). Transpondo para o contexto atual, na era dos blogs e da Comunicação Mediada por Computador, essa situação ocorreria, a título de exemplificação, no momento em que diversos indivíduos, situados em contextos diferenciados, resolvessem escrever posts em seus blogs em reação a um determinado acontecimento, mas sem que houvesse um planejamento prévio de tal ação.

O segundo tipo de ação conjunta, para o autor, ocorreria quando “indivíduos respondem similarmente a dispositivos simbólicos explicitamente planejados para coordenar a resposta do receptor” (Thompson, 1998, p. 103). O autor faz a ressalva de que “o uso dos mecanismos intencionais nem sempre produz a ação responsiva conjunta” (p. 103). Em contextos atuais, essa perspectiva pode ser notada na web em ações virais planejadas, que visam a despertar o interesse de blogueiros para que se manifestem sobre determinados assuntos (embora nem sempre tais ações suscitem o efeito esperado).

Por fim, o autor chama a atenção para uma terceira forma de ação responsiva concertada, a qual requereria um maior grau de organização e coordenação dentre os participantes:

Tratamos aqui de formas de ação coletiva que são estimuladas e alimentadas por imagens, ações e expressões mediadas. Estas formas podem variar: de grupos relativamente difusos de indivíduos com afinidades de interesses e modos de vida, por um lado, a movimentos sociais bem organizados e com objetivos bem articulados, por outro. Em muitos casos estas formas de ação coletiva buscam apoio em diversas fontes: o papel da mídia é uma das fontes de elementos que provocam e sustentam as ações concertadas dos indivíduos (Thompson, 1998, p. 104).

Esse tipo de ação, quando realizado na Internet, pode levar a formas de ação coletiva coordenadas, em busca de objetivos comuns, com base em interesses comuns, e que demandam papel ativo e consciente por parte dos indivíduos, de modo a reagir de forma efetiva às mensagens da mídia. É nesse contexto que emergem as formas de ação coletiva no ciberespaço, as quais dependem do esforço comum de diversos atores sociais para que se atinja o efeito esperado. Essas formas de ação se valem muitas vezes do potencial da estrutura em rede da web, tema a ser abordado em maiores detalhes na próxima seção do presente artigo.

Por ora, passemos a analisar uma das formas pelas quais o ativismo digital pode se manifestar em redes sociais na web: as Google bombs – uma das diversas formas por meio das quais diversos indivíduos podem agir em prol de um interesse comum no ciberespaço. Outras formas de ativismo digital incluem: petições online, blogagens coletivas, criação de grupos e listas por e-mail ou em sites de redes sociais, flash mobs, smart mobs, dentre outros.

Enquanto ação coletiva configurada a partir da apropriação de uma ferramenta na web – o que ilustra um novo paradigma aos movimentos sociais –, uma Google bomb se constitui em “uma estratégia coletiva de hiperligação com o objetivo de modificar os resultados da busca por um termo ou expressão específica” (Tatum, 2005, online) no sistema de buscas do Google. Em uma Google bomb, procede-se a um “bombardeio” intencional de links associados a determinados termos. Desse modo, esse tipo de ação “ilustra a habilidade de uma ação coletiva online de romper os limites entre o poder da mídia e construções mais pluralísticas da realidade” (Tatum, 2005, online).4

O termo teria surgido em 2001, quando Adam Mathes propôs, em seu blog, o que chamou de “Google bombing”. Conforme comentou na época em seu post, a relevância dos resultados do sistema de buscas do Google reside na necessidade de que várias sites apontem um link com uma mesma palavra-chave, e não na concentração desses em uma única página. Essa ferramenta, segundo Mathes (2001, online) poderia ser manipulada a partir do esforço coletivo.

É nesse sentido que Tatum (2005) vai se referir às Google bombs como uma forma de “ação coletiva online”, pois envolvem a comunhão de esforços de várias pessoas para influenciar/subverter os resultados do sistema de buscas do Google, de modo a favorecer a visibilidade de páginas que, de outro modo, não seria possível.

Redes sociais, capital social e cooperação

Por seu potencial de servir de suporte para a manutenção e o estabelecimento de relações sociais, as redes sociais são “espaços” em que mobilizações as mais diversas podem ocorrer. Por rede social entende-se a conciliação de dois elementos: os nós (atores sociais) e as suas conexões (interações e laços sociais) (Recuero, 2006a). No caso estudado, os participantes da ação coletiva se caracterizariam pelas unidades da rede (os nós) – representados pelos weblogs –, e as conexões consistiriam nos hiperlinks traçados pelos participantes da Google Bomb – como estratégia de reconhecimento dos próprios integrantes, de agregar valor (fortalecimento de laços sociais5), de gerar reputação e promover a difusão de informações ao conceder visibilidade à rede de cooperação na perspectiva de atrair potenciais participantes através do respaldo coletivo.

Nesse contexto, entende-se que o capital social – o “cimento” das relações humanas (Recuero, 2005) –, explicaria as especificidades das interações sociais dentro da estrutura da manifestação coletiva: os ganhos sociais de cada indivíduo em abrir mão da individualidade na tentativa de ampliar a influência política (sinergia de ações) e diluir as formas de poder em toda a rede, fortalecendo cada nó como representante da coletividade (Costa et al, 2003). O capital social, portanto, permitiria certas interações sociais (Coleman, 1988) que propiciariam o surgimento e manutenção de redes sociais e a emergência de manifestações coletivas.

A partir da contribuição de Coleman (1988), Bertolini e Bravo (2004) propõem uma tipologia sobre as dimensões do capital social, diferenciadas conforme o modo que as interações sociais se desenvolvem. Conforme os autores, o capital social pode ser classificado em dois níveis: com base nas relações individuais (o primeiro nível) e nas relações coletivas (o segundo nível). Esses níveis são fragmentados pelos autores em dimensões distintas de capital social: capital social relacional (relações estabelecidas entre os indivíduos); capital social cognitivo (transmissão e aquisição de conhecimentos); capital social normativo (regras de funcionamento do grupo social); capital social de confiança no ambiente social (nível de confiança atribuído ao ambiente social) e o capital social institucional (relação com a instituição a que o grupo está vinculada).

Com base nessa divisão, quando os atores sociais interagem com os demais em uma rede social, carregam nessas ações diferentes formas de capital social. Em relação às ações coletivas, percebe-se a dimensão relacional do capital social – a busca por reputação –, como elemento propulsor desse tipo de ação política. Percebida com base na “resposta”, nas impressões admitidas pela coletividade (Recuero, 2006b), a reputação, dentro da perspectiva de nosso objeto de estudo conforme aponta Recuero (2006b, p.5), constitui-se como referência das relações sociais na blogosfera. “Os blogueiros utilizam-se dos blogs não apenas para construir sua rede social, mas igualmente, para gerar reputação e status dentro dela. O blog é, portanto, um instrumento de captação social para os blogueiros”. Nesse sentido, a reputação é entendida como “a sombra do futuro sobre a interação” (Antoun, 2004, p.12) e o marco entre a convergência da tecnologia e a cooperação humana (Rheingold, 2002, p.114).

Compreendida como processo fundamental das dinâmicas sociais na formação das estruturas sociais, a cooperação torna possível não apenas a emergência de ações coletivas ao gerar capital social a partir do interesse comum e da busca por reputação, mas também o surgimento da vida em sociedade. Com a “extensão” dos sentidos (McLuhan, 1979), promovida pela Internet, percebe-se o potencial da Comunicação Mediada por Computador – através da cooperação não restrita a fronteiras geográficas e relacionais – em promover a participação política na rede, o chamado ativismo digital.

Ao se discutir a dimensão conceitual da cooperação, autores como Primo (2007) defendem a indissociabilidade desta às relações de conflito – da mesma forma que o conflito tampouco é visto como sinônimo de competição6. Com base nessa perspectiva, entende-se que os engajamentos sociais estariam filtrados pela ambigüidade das ações humanas: na inseparabilidade das relações de cooperação/conflito.

Outro autor, Axelrod (1997), propõe avaliar as formas de cooperação através da Teoria dos Jogos ao tentar retratar a questão da cooperação mútua como base no Dilema do Prisioneiro7. A partir da experiência de dois torneios8 promovidos pelo autor, este vai considerar – entre outros aspectos – que a cooperação é passível de ocorrer na medida em que as relações são norteadas pela idéia de reciprocidade (tanto em cooperação ou não-cooperação) e na predisposição de cooperar.

No que se refere às novas formas de comunicação em propiciar o desenvolvimento de manifestações coletivas em face ao advento da Comunicação Mediada por Computador, Antoun (2004) defende que esse potencial de convergência das ações sociais se dá na medida em que os meios de comunicação transformam o modo como os atores se percebem como indivíduo e enquanto grupo e por meio da redução dos esforços de sociabilização.

Nessa perspectiva, as possibilidades de cooperação passam a ser expandidas amplamente a partir das transformações tecnológicas: “O potencial mais profundamente transformativo das ferramentas sociais de conectividade humana (...) é a chance de fazer novas coisas em conjunto, o potencial para cooperação em escalas e em modos nunca antes possíveis”9 (Rheingold, 2002, p.114).

Estudo de caso

Método

Com o objetivo de identificar as dinâmicas de uma ação coletiva no ciberespaço para em um segundo momento situar os movimentos sociais na Internet no âmbito das teorias das ações coletivas, realizou-se um estudo de caso de uma rede de blogueiros10 participantes de uma Google bomb. Trata-se de uma ação proposta por um blogueiro11 que propunha associar o termo “Veja” às denúncias12 reunidas pelo jornalista Luis Nassif contra a revista de mesmo nome13 nos resultados do sistema de buscas do Google14. Iniciada em um weblog, a ação se estendeu por grande parte da rede e exigiu a legitimação coletiva (participação de diversos blogs) para que surtisse o efeito esperado: a disposição do “Dossiê Veja” de Luis Nassif como resultado latente à procura por “Veja” na busca do Google.

A pesquisa foi realizada em três etapas. Na primeira etapa, produziu-se um grafo para a percepção da rede de integrantes da ação coletiva analisada (Batista e Zago, 2008). O objetivo consistia em investigar, a partir da web, como foi constituída a rede entre aqueles que participaram da Google bomb, buscando observar possíveis influências entre os participantes. Assim, para essa representação foram levadas em consideração as relações estabelecidas entre os blogueiros participantes a partir dos links presentes nas postagens relacionadas à Google bomb que constituíram essa mobilização. Para a elaboração do grafo, levou-se em consideração apenas a primeira postagem de participação de cada blog, desde que esta tenha sido realizada entre fevereiro e maio de 200815. Dessa forma, foram identificados 77 participantes16, com até 2 graus de separação em relação ao blogueiro-proponente da manifestação, conforme pode ser visto no grafo (Batista e Zago, 2008) reproduzido abaixo.

Figura 1: Grafo dos participantes da Google bomb da revista Veja

Na segunda etapa da pesquisa, procurou-se ampliar as considerações já traçadas sobre a rede tendo por base os links, inicialmente a partir de uma observação do conteúdo das postagens sobre a Google Bomb e, em um segundo momento, com base na aplicação de um questionário, enviado por e-mail, aos participantes da ação (Zago e Batista, 2008)17. Esse instrumento de pesquisa procurou observar as motivações, e aspectos como influências, participação em outras ações, bem como investigar como os blogueiros se posicionavam diante de aspectos como cooperação e reputação18. Na ocasião, foram enviados questionários a 30 blogueiros, dos quais 15 retornaram com respostas.

A terceira etapa, à qual se dedica o presente trabalho, tem por objetivo buscar sistematizar definição e histórico das ações coletivas no ciberespaço, de modo a situar a Google bomb da revista Veja em um contexto maior de ativismo digital, bem como identificar os tipos de participantes da ação estudada. Para a identificação dos tipos de participantes, partiu-se dos dados coletados nas etapas anteriores da pesquisa, em especial às respostas dadas ao questionário.

Resultados e discussão

A seguir são apresentados os resultados do esboço de categorização dos participantes da Google bomb da revista Veja, com base no conteúdo das mensagens de participação e nas respostas dadas aos questionários. Do questionário, levou-se em consideração, em especial, as respostas dadas à pergunta: “Você costuma participar de ações coletivas? Por quê?”

a) Quanto à influência sobre os demais:

A primeira classificação de participantes foi realizada tendo por base a influência19 entre os participantes para tomar parte na ação coletiva em estudo. Considerando-se que a participação na ação envolvia a troca de links entre blogueiros, e que os links representam a “moeda de troca” na web (Walker, 2002), foram propostas três categorias: os influenciados, os influenciadores e os ativistas.

Influenciado: é aquele que participa, mesmo sem saber ao certo a razão, em decorrência da influência de outros blogs que o conduziram à ação. Como exemplo, o blogueiro F4 em um primeiro momento sequer sabia que havia, de fato, participado da ação coletiva estudada. Posteriormente, reconheceu que havia sim participado, mesmo sem saber do que se tratava:

Até onde eu sei, não. Se fiz, me passou despercebido. Geralmente, procuro me manter em certa distância, prefiro a posição de observador das coisas. Um certo individualismo de minha parte me desobriga a participar. Eu gosto de levar as coisas a meu modo e, inclusive, nem me considero um blogueiro, apesar de manter blogs (blogueiro, 35 anos, blog F4).

Nesse caso, houve uma participação em uma ação coletiva online, ainda que o indivíduo não soubesse exatamente do que se tratava tal ação. Percebe-se, portanto, que o usuário teve sua participação influenciada por outros participantes, na medida em que precisou, ao menos, seguir as regras estabelecidas para isso, vindo assim a mobilizar capital social de tipo normativo (Bertolini e Bravo, 2004).

Influenciador: blogueiros que gozam de boa reputação na blogosfera e tendem a influenciar vários outros a participar, mais pelo seu papel na rede, do que propriamente pelo seu grau de engajamento ativista. Como exemplo, o blogueiro A2, que influenciou outros blogs a participar da ação, diz adotar um critério seletivo para participar de ações:

Resposta óbvia: depende. Há blogagens coletivas que fazem todo o sentido do mundo, ou que apóiam causas que também defendo. Em compensação, também existem ações movidas por uma certa histeria que assola a blogosfera toda vez que algum dos "nossos" é o "alvo". Enfim, aquela história de blogueiros assemelharem-se a motoboys que saem em bando toda vez que um colega é atingido, sem sequer refletirem direito sobre causas e conseqüências (blogueiro, 35 anos, blog A2).

Mesmo em decorrência de seu caráter seletivo para tomar parte em ações, o blogueiro A2 colaborou com essa ação e ainda mobilizou diversas outros à participação (de acordo com os links trocados entre os usuários, foram pelo menos 3 participantes influenciados por ele).

Ativista: com a possibilidade também de desempenhar o papel de "influenciado" ou "influenciador", o usuário ativista diferencia-se por não participar especialmente na intenção de aumentar sua reputação na rede de participantes. A motivação primordial que o conduz à ação se dá a partir de seus interesses, ideologia e aspirações (o que guarda relação com a classificação seguinte proposta neste trabalho, “quanto à motivação principal” para tomar parte da ação). A título de ilustração, o blogueiro G5 diz ter participado da ação em decorrência de sua desconformidade com o caráter "impróprio" de jornalismo estabelecido pela revista:

a completa inadequação jornalística de quem gerencia a revista, afetando todos os escalões desta publicação, causando um tremendo mal à sociedade, mal este que ainda não foi devidamente quantificado” (blogueiro, idade não informada, blog G5).

Deve-se ressaltar, entretanto, que um mesmo indivíduo pode desempenhar simultaneamente o papel de influenciador e influenciado e ao mesmo tempo participar como ativista. Pode ser caracterizado como influenciado na medida em que depende da indicação de outro participante para tomar parte na ação coletiva. Mas poderá vir a influenciar outros a partir de sua participação, razão pela qual também pode atuar como influenciador. Mesmo o participante ativista não é totalmente alheio aos demais: ele tanto pode ser influenciado quanto vir a influenciar outros. Essa característica pode ser notada com mais expressão nos links trocados entre os participantes em seus posts de introdução à mobilização (ver Figura 1, acima), na medida em que há referência explícita a outros blogueiros que podem ter atuado como influenciadores. Ademais, no questionário também tentou se identificar se os blogueiros haviam participado por influência, bem como se teriam exercido influência sobre outros. Em suas respostas, 11 informaram “o quê” ou “quem” os havia influenciado, e 8 reconheceram a influência sobre outras pessoas a tomarem parte na ação coletiva – em especial a partir de seus próprios posts de participação. O proponente da ação – que, no caso em estudo, exerceu apenas o papel de influenciador – admitiu ter utilizado múltiplas ferramentas online20 para ampliar a abrangência da divulgação de sua ação e assim atingir um maior número de potenciais participantes. Influenciar outras pessoas pode vir a mobilizar capital social de segundo nível (Bertolini e Bravo, 2004) na medida em que requer um certo grau de cooperação entre os atores envolvidos. Além disso, pode-se perceber, em especial, a presença do capital social de confiança no ambiente social (Bertolini e Bravo, 2004) na medida em que os indivíduos depositaram uma certa credibilidade nos que os influenciaram ao ponto de também participarem na ação coletiva. Nesse sentido, a resposta do blogueiro A4 é ilustrativa da importância de se haver confiança no grupo:

Sim, fui trouxa do começo ao fim, pus no blog e tudo (...) até então não sabia da má-fé de Luis Nassif, que promove o Dossiê Veja por interesses próprios, e não para livrar o Brasil das chagas e moléstias do novo milênio (blogueiro, 32 anos, blog A4).

Ainda que o blogueiro tenha de certa forma demonstrado arrependimento quanto a ter participado, veio a colaborar e influenciar outros a tomarem parte da manifestação pela confiança que depositou na ação, tendo em vista a relação que mantinha com o blogueiro proponente da ação, conforme afirmado em sua resposta à outra questão do questionário.

b) Quanto à motivação principal:

Pelas respostas dadas ao questionário, percebe-se que, em geral, os participantes costumam se envolver em ações coletivas por motivos diversos (Kollock, 1999)21. Embora grande parte tenha afirmado ter participado da Google bomb da revista Veja pelo interesse comum compartilhado (ser contra a Veja e a favor de denúncias do Nassif), os participantes apontaram outros motivos para justificar seu envolvimento em ações coletivas em geral. Dentre esses motivos, destacam-se, pela resposta à pergunta “Você costuma participar de ações coletivas? Por quê?” do questionário: diversão (n=2), interesse comum (n=7), e a manutenção de uma boa relação entre amigos (n=2).

Diversão: A participação a título de diversão se dá quando o participante se envolve numa ação coletiva apenas pelo grau lúdico envolvido na tarefa. Nesse sentido, são ilustrativas as respostas abaixo:

Sim. Coletividade, inclusão, cartel, milícia, gang, clã, crew, grupo ou blogosfera, faço parte de algo maior, sou apenas uma célula deste grande corpo. [viagem] primeiro adoro bagunça, segundo não podemos abaixar a cabeça para jornalista que se acham os donos da verdade” (blogueiro, 22 anos, blog D2).

Depende muito de uma série de fatores: tema proposto, estado de espírito, etc. Algumas ações do gênero são interessantes para causar discussão de temas específicos, importantes para a sociedade. "Outras ações são interessantes apenas por serem divertidas” (blogueira, 21 anos, blog E9, grifos nossos).

Esse tipo de participação mobiliza formas de capital social de primeiro nível (Bertolini e Bravo, 2004), ou seja, de nível centrado na individualidade.

Interesse comum: Já a participação por interesse comum se dá quando pessoas, mesmo distantes, unem-se em torno de um objetivo comum por compartilharem de um mesmo interesse que os motiva a agir. Como exemplo, alguns blogueiros afirmaram que costumam impor essa condição para participar de ações coletivas no ciberespaço.

Não. Não tenho tempo de ler muitos blogs. Ações coletivas como esta contra a Veja só me seduzem se sinto profunda identificação com a causa e se vejo utilidade razoável em colaborar. (blogueiro, 27 anos, blog I3)

Sim, mas apenas quando eu me identifico com a ação” (blogueiro, 29 anos, blog A1).

Boa relação com demais blogueiros: A participação em nome da boa relação entre amigos se dá quando os blogueiros se envolvem principalmente pela influência de outros blogueiros, mais pelo fato de outros estarem participando, do que propriamente por algum tipo de identificação com a ação que está sendo posta em prática. As respostas abaixo expressam essa situação:

De vez em quando, as vezes pelo contexto da ação coletiva, que eu imagino possa ser interesse dos leitores do blog, as vezes por ser de interesse pessoal mesmo” (blogueiro, 24 anos, blog A5).

Sim, pois as campanhas lançadas por blogueiros são bastante interessantes, também para poder conhecer novos blogs e novas pessoas e também como um meio para passar mensagens e informações para o público em geral, sejam pessoas com blog, pessoas sem blog e pessoas sem acesso a Internet. (blogueiro, 25 anos, blog F7, grifos nossos).

Esse tipo de participação mobiliza, em especial, capital social de tipo relacional (Bertolini e Bravo, 2004), na medida em que se baseia nas relações entre os indivíduos bem mais do que na noção de pertença a um grupo, ou em relação ao interesse comum.

c) Quanto à distância em relação ao blogueiro proponente:

Por fim, uma classificação possível para os participantes da Google bomb da revista Veja pode ser feita a partir da distância relativa entre os participantes da rede. Os participantes identificados na ação coletiva em estudo estavam a um ou dois graus de separação em relação ao blogueiro proponente da ação, o que traz indícios de que blogs participantes nesse contexto são, em geral, relativamente próximos entre si.22

Embora haja diferentes tipos de participantes, todos eles se envolvem em uma ação em comum. Isso é propiciado pela estrutura descentralizada das redes sociais (Recuero, 2006a), tendo em vista que embora muitas vezes haja idealizadores para essas ações, os resultados só são plenamente atingidos em conseqüência ao grau de cooperação alcançado pelo grupo (Primo, 2007; Axelrod, 1997). Assim, tanto influenciados como influenciadores desempenham um papel fundamental no ativismo digital, em especial com relação às Google bombs, em que o número total de links influencia no alcance do objetivo da ação coletiva. Embora diferentes motivações tenham levado à integração coletiva (Zago e Batista, 2008), mobilizando para isso diversas formas de capital social (Bertolini e Bravo, 2004), há uma finalidade comum a ser atingida, de forma consciente ou não (pode-se participar, como foi visto, por boa relação entre blogueiros, ou até mesmo por “diversão”). Mesmo com as diferentes motivações, a reputação individual de cada blogueiro (Recuero, 2006b) também contribui para que se consiga influenciar ainda mais usuários a tomar parte na ação, ao se fazer com que se atinjam os pontos mais distantes da rede e se espalhe a ação para além de dois graus de separação em relação àquele que propôs inicialmente a Google bomb, diluindo dessa maneira as formas de poder da rede (Costa et al., 2003).

Apontamentos finais

Tendo em vista a compreensão do modo como as redes sociais digitais têm sido empregadas para mobilizações sociais e ações coletivas, em um primeiro momento, procurou-se trazer à tona a discussão das ações coletivas, a partir de Thompson (1998), buscando situar as Google bombs (Tatum, 2005) em um contexto maior de ativismo digital. Logo após, traçou-se um panorama geral da cooperação e do capital social em redes sociais, a partir de autores como Axelrod (1997), Primo (2007), Recuero (2006), Bertolini e Bravo (2004) e Coleman (1988). Por fim, apresentou-se uma proposta de classificação dos tipos de participantes de uma ação coletiva a partir da continuidade do estudo de caso de uma ação em específico – a Google bomb da revista Veja. A partir das categorias apresentadas, espera-se ser possível, ainda que por indução, fornecer subsídios para identificação de participantes de outras ações coletivas online em outros trabalhos.

Os resultados até o momento, tendo por base o estudo da Google bomb da revista Veja, trazem indícios de que a participação em ações coletivas se dá por diferentes motivações, mas em geral o interesse comum e a (busca por) reputação dos participantes parece influenciar significativamente nesse contexto. O estudo identificou que os participantes de uma ação coletiva se envolvem por diversos motivos, em especial pela identificação por um interesse comum. Isso é relevante na medida em que grande parte das ações coletivas offline depende não apenas de um interesse comum como também de proximidades físicas entre diferentes participantes, sendo essencial, para essas, os laços de territorialidade. Na Internet, esse questionamento se torna secundário, ou até mesmo inexistente, visto que qualquer um, em qualquer lugar, pode vir a tomar parte de uma ação coletiva.

Também se percebeu que a rede de participantes da Google bomb da revista Veja era em grande parte bastante próxima do blogueiro proponente da ação (dos 77 participantes identificados, apenas 9 não estavam a um grau de separação do proponente). Outro passo importante dado no sentido de buscar compreender as ações coletivas no ciberespaço foi observar que os participantes sofrem influências mútuas para tomar parte na ação coletiva: os que são influenciados a participar por alguns podem vir a influenciar outros, e, assim por diante, destacando, dessa forma, o papel da estrutura de rede na implementação da ação coletiva.

Nesse contexto, torna-se relevante verificar o papel da Comunicação Mediada por Computador como ferramenta potencial de mobilização social no âmbito da compreensão da transformação das relações políticas através das novas tecnologias. Ao possibilitar a recorrência do terceiro nível de ação conjunta citada por Thompson (1998), a Internet se configuraria em um novo paradigma quanto à emergência de ações coletivas: não apenas como resposta às tensões sociais e ao interesse comum, mas sobretudo em decorrência dos diferentes desdobramentos do capital social relacional (diversão, reputação, trocas sociais) (Bertolini e Bravo, 2004) equacionados nessas participações.

De qualquer modo, outros estudos se fazem necessários para melhor compreender as dinâmicas das ações coletivas que utilizam como suporte o ciberespaço, de forma a situá-las em um contexto teórico condizente. Com relação à Google bomb da revista Veja, entretanto, pôde-se perceber que uma série de fatores contribuiu para que a ação atingisse o resultado esperado, dentre os quais se destacam os diferentes papéis exercidos pelos participantes que, em conjunto, contribuíram para o resultado obtido.

1Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: gabrielaz@gmail.com

2Graduando em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Bolsista de Iniciação Científica na UCPel. E-mail: jandrecb@gmail.com

3Trabalho apresentado ao GT Cyberespaço: Integração, fronteiras e desafios do Mercosul do XIII Colóquio Internacional de Comunicação para o Desenvolvimento Regional (Regiocom 2008).

4Tradução dos autores para “a collective hyperlinking strategy intended to change the search results of a specific term or phrase (...) illustrates the ability of online collective action to breach the boundary between media power and more pluralistic constructions of reality.” (Tatum, 2005, online).

5Para Granovetter (1973), os laços sociais podem ser mais fortes ou mais fracos, conforme o acúmulo de trocas entre os indivíduos.

6O autor considera a competição como um tipo indireto de conflito, em que o “prêmio não está nas mãos de nenhum adversário. O valor pretendido (..) não depende da luta competitiva entre si” (Primo, 2007, p.199)

7O dilema do prisioneiro é um problema da teoria dos jogos pelo qual a dois suspeitos, A e B, são oferecidos o mesmo acordo: se um acusar o outro e o outro ficar em silêncio, o que acusa fica livre e o outro é condenado a 10 anos de prisão. Se ambos ficam em silencio, a pena é de 6 meses para os dois. Se os dois acusam, ambos pegam 5 anos de prisão. Cada um precisa tomar sua decisão sem poder ouvir o outro. Não há uma solução única para o dilema. De um modo geral, a cooperação produz resultados melhores para ambos.

8Computer Prisioner’s Dilemma Tournament, para os quais Axelrod (1997) convidou especialistas a inscreverem programas que interagiriam entre si (cooperando ou negando a cooperação) a partir do histórico das ações do adversário. Tit for Tat, o vencedor das duas edições, o mais simples entre os concorrentes, limitava-se a cooperar em um primeiro momento e a repetir as ações do adversário.

9Tradução dos autores para “The most profoundly transformative potential of connecting human social proclivities (…) is the chance to do new things together, the potential for cooperating on scales and in ways never before possible” (Rheingold, 2002, p.114).

10No presente trabalho optou-se por referenciar os blogueiros anonimamente, exceto o proponente da ação coletiva em estudo, que autorizou nos questionários aplicados a sua identificação.

11www.benderblog.com

12O jornalista Luis Nassif elaborou um dossiê sobre a revista Veja e tem publicado essas informações em http://luis.nassif.googlepages.com

13A revista Veja é uma publicação semanal brasileira de cunho jornalístico da Editora Abril.

14www.google.com

15Blogs que eventualmente tenham tomado parte na ação coletiva após maio de 2008 não foram incluídos na representação do grafo, bem como blogs em que a participação se deu através de outras formas que não o post (ex.: a partir de link no blogroll) também não foram incluídos, dada a impossibilidade de se determinar em que época o link foi ali acrescentado.

16Nem todos os 77 nós que compõem o grafo representam blogs. Como também se buscou identificar as relações de participação através de links, também foram incluídos como nós da rede pessoas referidas em posts, bem como os sites jornalísticos que receberam links dos participantes.

17Esses resultados das etapas 1 e 2 da pesquisa já se encontram publicados em anais de eventos (cf. Batista e Zago, 2008; Zago e Batista, 2008).

18Na ocasião, perguntou-se se a pessoa costuma participar de ações coletivas, o que levou a participar da Google bomb da revista Veja, como ficou sabendo da ação, e se incentivou outras pessoas a participarem.

19No presente trabalho se entende influência como “incentivo à participação”.

20Além de seu próprio blog, ele diz ter divulgado a ação no Twitter, por e-mail e em listas de discussão.

21Kollock (1999), ao discorrer sobre as diferentes motivações que levam alguém a cooperar em uma ação conjunta, enumera os seguintes motivos: reciprocidade antecipada (contribuir com o grupo na esperança de receber algo em troca); reputação (contribuir com a expectativa de que isso surta efeito na reputação e no prestígio do indivíduo frente aos demais); sensação de eficácia (contribuir com a sensação de que produziu algum efeito no ambiente); necessidade (contribuir porque a pessoa ou o grupo necessita disso) e compromisso com o grupo (contribuir porque é o melhor para o grupo – entretanto, o autor faz a ressalva de que o altruísmo puro é algo bastante raro, e mesmo nesses casos a cooperação pode se dar por interesses meramente individuais). Como o foco do presente estudo não era quantificar e medir a presença de diferentes motivações, optou-se por partir das motivações mencionadas pelos participantes da ação coletiva em estudo.

22Dos 77 participantes identificados na ação em estudo, apenas 9 estavam a dois ou mais graus de separação do blogueiro proponente, ao passo que a grande maioria (n=68) estava ligado por inlinks ou outlinks ao idealizador da ação (cf. Figura 1). Mesmo assim, é interessante notar que houve participação fora do círculo direto de contatos do proponente da ação, o que pode ter sido importante para o grau de cooperação atingido e alcance da ação.

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Submetido: 08/11/2008, aceito: 19/12/2008