Emprego formal e rotatividade no mercado de trabalho agropecuário no nordeste: 2000-2001 e 2009-2010
DOI:
https://doi.org/10.4013/pe.2014.101.04Resumo
As transformações ocorridas na produção agropecuária brasileira repercutiram acentuadamente nas relações de trabalho neste setor. A expansão da atividade agropecuária, seguida da entronização tecnológica, proporcionou profundas configurações no mercado de trabalho rural do Brasil. Este artigo tem como objetivo analisar o perfil socioeconômico e, principalmente, a rotatividade dos empregados no segmento agropecuário do Nordeste, região com significativos registros de culturas temporárias, que em anos recentes adotou a inovação tecnológica no campo. Os anos de 2000 e 2010 foram escolhidos para a análise das características socioeconômicas dos inseridos na agropecuária da região Nordeste, e os biênios 2000-2001 e 2009-2010 para mensurar o índice de rotatividade. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Para o alcance dos objetivos propostos, como método de análise, recorre-se inicialmente a uma breve revisão bibliográfica sobre a dinâmica do mercado de trabalho brasileiro, com destaque para a análise do mercado de trabalho agropecuário nordestino. A partir de estatísticas descritivas, faz-se a análise do perfil socioeconômico dos empregados no setor em questão. Adicionalmente, calculam-se as taxas de admissão e de desligamentos, taxa de criação líquida de vagas, assim como a rotatividade nos postos de trabalho na atividade agropecuária. As evidências empíricas denunciam modificações estruturais no segmento: de um lado, observa-se elevação absoluta no número de contratados formais, entre 2000 e 2010, e, de outro, aumento do número de trabalhadores nas faixas salariais mais baixas. O índice de rotatividade também aumenta entre o primeiro e o último período analisado. Este indicador mostra que, especialmente, mulheres, jovens e pessoas menos escolarizadas e com baixa remuneração são os que permanecem por menos tempo empregados no setor agropecuário. Tem-se então que a rotatividade/ precarização no mercado agropecuário do Nordeste aumentou, ao longo da primeira década dos anos 2000. Tal desempenho pode ser atribuído tanto à sazonalidade quanto à forte tendência de criação e destruição de postos de trabalho após a abertura da economia brasileira.
Palavras-chave: trabalho formal agropecuário, rotatividade, Nordeste.
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