Tecnificação e gênero no corpo laboral da Legião Brasileira de Assistência: assistência social e modernidade (1945-1964)
Resumo
A Legião Brasileira de Assistência (LBA), instituição voltada ao amparo à maternidade e à infância, fundada em 1942 pela primeira-dama Darcy Vargas, sempre contou com o trabalho de mulheres como voluntárias, mesmo tendo passado por significativas transformações ao longo de sua existência. Utilizando como fonte as edições do Boletim da Legião Brasileira de Assistência, publicação oficial da instituição, o presente artigo almejou analisar a estrutura do corpo laboral da LBA e deslindar a atuação de mulheres na instituição, tendo em vista que a caridade e a filantropia, historicamente, foram relacionadas ao feminino. A fim de investigar o quão permeadas por representações de gênero eram tais relações laborais, valemo-nos largamente do conceito de gênero. A análise situa-se entre 1945 e 1964, período de efervescente discurso sobre a modernidade e a racionalização da vida cotidiana; dessa maneira, procurou-se também analisar as reflexões que a LBA promovia sobre o serviço social enquanto campo técnico que ganhava prestígio na sociedade, ressaltando a dicotomia entre o trabalho filantrópico benemérito e o serviço social racionalizado e tecnificado. Destarte, intentou-se analisar as profissões técnicas e científicas que compunham as forças de trabalho da LBA e matizá-las com o conceito de gênero para revelarmos, no bojo da atuação da LBA, relações e reflexões ambivalentes entre um serviço social tecnificado, chamado moderno, e outro de característica filantrópica. Observamos, contudo, que se trata de um momento de inflexão na trajetória institucional da LBA e da história da assistência no Brasil, e que as mulheres, numericamente superiores no quadro funcional, atuavam mais restritas a determinados cargos, em razão de consolidadas concepções de gênero para o período.
Palavras-chave: Legião Brasileira de Assistência, serviço social, gênero, modernidade, tecnificação.
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