Estado, capitalismo e profissão: metamorfoses da advocacia nas décadas de 1940 a 1960

Autores

  • Marco Aurélio Vannucchi Professor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV).

Resumo

A modernização da economia e do Estado brasileiro tem sido examinada pela historiografia e pelas ciências sociais em vários de seus aspectos: urbanização, relações de trabalho no campo, incorporação dos trabalhadores à política, industrialização. O presente artigo propõe-se a analisar uma dimensão menos explorada: a do impacto desses processos sobre as profissões, especialmente a advocacia. As metamorfoses pelas quais passaram os advogados giraram em torno de três eixos: a diversificação das condições de trabalho e de posicionamento político-ideológico da categoria profissional; a inflação de advogados no mercado de trabalho e a demanda de um novo perfil profissional. A elite dos advogados, por meio de suas entidades, respondeu à nova situação, com resultados distintos. Logrou garantir seguridade social aos advogados, porém não foi capaz de impedir a ampliação do ensino jurídico. Ademais, foi obrigada a assumir a pauta sindical, sob risco de perder legitimidade no interior da categoria profissional. Além de dados estatísticos oficiais sobre ensino e mercado de trabalho, a pesquisa recorreu a documentos produzidos pela OAB, legislação, jornais e um livro de memórias.

Palavras-chave: advocacia, profissões liberais, OAB.

Biografia do Autor

Marco Aurélio Vannucchi, Professor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV).

Professor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV). Editor da revista Estudos Históricos. Vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais (PPHPBC) do CPDOC-FGV. Foi coordenador da graduação em História do CPDOC-FGV (2014-2016). Graduado e mestre em História pela Universidade de São Paulo (USP). Doutor em História pela mesma instituição, com período-sanduíche na Universidade Paris IV (Sorbonne). Pós-doutor em Sociologia pela UNICAMP. Autor de Os cruzados da ordem jurídica. A atuação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 1945-1964 (2013). Líder do grupo de pesquisa do CNPq Corporativismo, autoritarismo e ordem institucional no Brasil contemporâneo. Pesquisador da The International Network of Analysis of Corporatism and the Organization of Interests (NETCOR). Pesquisador da Rede Conexões Lusófonas. Coordenador do Grupo de Trabalho História e Direito da ANPUH-RJ. Trabalha, atualmente, com os seguintes temas: História do Brasil Republicano, Judiciário, relações entre Estado e sociedade civil, corporativismo, História das Instituições e História Política.

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Publicado

2018-12-30