Materialidades e a construção de uma memória agostiniana entre o Oriente e o Ocidente: a propósito de uma carta de D. Frei Aleixo de Meneses de 1609
Resumo
O artigo discute a dimensão dos objetos e da escrita religiosa no âmbito das trocas de presentes nos espaços entre o Índico ocidental e o Convento de Nossa Senhora da Graça de Lisboa. Parte-se de uma carta escrita em dezembro de 1609 pelo arcebispo de Goa e primaz do Oriente D. Frei Aleixo de Meneses à Província de Portugal da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. Prioriza-se a análise dos segmentos da missiva sobre a descrição de uma cruz e uma grande caixa de cristal, reproduzidas em crônicas, notícias e relatos escritos predominantemente por agostinianos entre 1634 e 1720. Destacam-se as conexões culturais e as hierarquias de poder instituídas nas relações religiosas e políticas com os mundos islâmicos através do topônimo Ormuz. A escrita sobre os objetos é compreendida por mecanismo influente na perenidade da memória de indivíduos e grupos sociais. Nos pontos de conclusão do artigo são examinadas as formas de apropriação e significação cultural inscritas em materialidades por gêneros variados de escrita no cristianismo em que perduram variações da tradição dos discursos hagiológicos.
Palavras-chave: cultura material, escrita religiosa, memória, agostinhos, Ormuz.
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