Políticas migratórias e a formação de identidades sociais em Nova Xavantina (MT)
Resumo
Este artigo tem como objetivo discutir as políticas migratórias criadas para a Amazônia Legal Brasileira, dando destaque aos grupos envolvidos nelas e a formação de suas identidades sociais como migrantes. Para tanto, traz como campo empírico a cidade de Nova Xavantina. O município está localizado no interior do Mato Grosso e é testemunha de diferentes políticas de migração criadas para expandir a fronteira agrícola brasileira. A primeira delas é a Marcha para o Oeste, uma política nacionalista criada durante o governo Vargas para a ocupação das áreas vazias do interior do país, como se apregoava no momento. Os migrantes – que eram principalmente nordestinos e goianos – que participaram dessa empreitada ficaram posteriormente conhecidos como Pioneiros da Marcha para o Oeste, identidade na qual se reconhecem e da qual se orgulham. A segunda política foi executada durante a ditadura militar, momento em que se incentivaram as colonizações para a Amazônia Legal Brasileira. Como público-alvo para migrar foram escolhidos os gaúchos, que começavam a se organizar no sul do país para exigir distribuição de terra. A fim de incentivar a migração, foi dito que apenas os gaúchos seriam capazes de levar o progresso à região, pois seriam filhos dos imigrantes italianos e alemães e, por isso, teriam um ethos de trabalho. Ambas as políticas atingiram diretamente os Xavante, grupo indígena que já habitava a região desde 1820 e que teve seus territórios expropriados para ocupação dos vazios demográficos que ambas as políticas destacavam existir, desconsiderando sua presença na região.
Palavras-chave: políticas de migração, Marcha para o Oeste, ditadura militar, Nova Xavantina.
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