Ecos de projetos concorrentes de exploração colonial na Assembleia Nacional portuguesa (1961-1974)

Autores

  • Ana Catarina Pinto Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC-UNL)

Resumo

No artigo faz-se a análise dos debates parlamentares sobre a questão colonial na câmara política portuguesa do tempo do Estado Novo, a Assembleia Nacional, e, mais especificamente, durante os anos da guerra colonial (1961-1974). O tratamento dos conteúdos levantados permite-nos defender e ilustrar a ideia de na Assembleia Nacional, apesar do interdito político imposto pela ditadura relativamente à guerra (a guerra não se discutia), encontrarmos o eco de reivindicações da elite colonial, ali mais fortemente representada desde 1961, e de o figurino das suas reivindicações nos demonstrar não apenas a interdependência entre as burguesias metropolitana e colonial, mas sobretudo aquilo que tinham de concorrencial e que se refletia em diferentes projetos para um futuro neocolonial. No caso, encontramos a defesa da posse da terra, o aumento da produção colonial, a disponibilidade de capitais, a alfabetização das massas e a formação de técnicos como componentes de um novo paradigma de exploração mais favorável às elites coloniais.

Palavras-chave: colonialismo, Portugal, guerra colonial (1961-1974).

Biografia do Autor

Ana Catarina Pinto, Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC-UNL)

Doutoranda em História Contemporânea, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, após conclusão de mestrado na mesma instituição no ano de 2009.

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Publicado

2018-04-22

Edição

Seção

Artigos