A beata Joana de Gusmão (1688-1780): análise das representações construídas pela historiografia e da atuação no campo religioso
Resumo
O texto pretende sistematizar resultados obtidos a respeito da trajetória da beata Joana de Gusmão, irmã do célebre diplomata Alexandre de Gusmão. Fixando-se na Ilha de Santa Catarina após contínuas peregrinações, reuniu recursos para aplicar em obras de caridade, particularmente a manutenção do culto divino e a educação de órfãs pobres. O estudo do caso de Joana de Gusmão pretende mostrar como as atividades exercidas pela beata se afastavam das representações atribuídas às mulheres naquele contexto, que enfatizavam o papel do recolhimento como garantia da honra feminina. Para tanto será utilizado um amplo material secundário, constituído por cronistas, memorialistas e historiadores locais, que procuraram nos séculos XIX e XX traçar a trajetória da beata a partir de diferentes perspectivas. O exame de tais obras será complementado com a leitura de fontes do século XVIII do Arquivo Histórico Ultramarino, referentes à Capitania de Santa Catarina. O diálogo com a historiografia mais recente a respeito das beatas no Antigo Regime dos trópicos foi também privilegiado, buscando-se identificar na atuação de tais mulheres uma tentativa de construir espaços de autonomia para a condição feminina em um contexto marcado pelas relações misóginas. Para alcançar os objetivos propostos, o texto foi dividido em três partes: (i) análise dos relatos produzidos sobre Joana de Gusmão; (ii) exame da trajetória familiar e dos diferentes contextos locais em que esteve inserida; (iii) análise de sua atuação no campo religioso.
Palavras-chave: Beatas da Ordem Terceira de São Francisco, representações de gênero, ordens religiosas em Santa Catarina.
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