Zilda e o avião: repensando migrações rural-urbanas no Rio Grande do Sul (1943-1963)
Resumo
Parte da bibliografia analítica sobre as migrações internas explica o fenômeno relacionando-o, quase que exclusivamente, com os macroprocessos econômicos. Sem negar a relevância desta abordagem, mas problematizando-a, este artigo objetiva discutir aspectos das trajetórias individuais dos migrantes que, saindo de zonas rurais do Rio Grande do Sul, vieram para Porto Alegre e adjacências entre 1943-1963. Observa-se detidamente um exemplo considerado particularmente revelador sobre as temáticas em questão. Os percursos foram investigados a partir da análise de depoimentos atuais, ancorada na história oral, que será cotejada no diálogo com fontes jornalísticas do mesmo período (Correio do Povo e Diário de Notícias). Tal combinação procura trazer uma interlocução entre o olhar retrospectivo, mas interno, das falas e a visão coetânea, embora se propondo distanciada, da imprensa. Assim, pretende-se trazer elementos que escapam à simplificação de uma interpretação baseada no argumento da necessidade (“fuga do campo”), que invariavelmente redundaria em condições desfavoráveis de desenvolvimento posterior. A partir da evidência da pluralidade das condições de partida, dos estímulos e das aspirações, cuja observação pensamos ser fundamental no entendimento dos processos sociais, o texto complexifica a visão que minimiza as peculiaridades das trajetórias individuais em favor de justificativas macroeconômicas, no sentido de dedicar a devida atenção à capacidade de agência dos sujeitos sociais, verificando as possibilidades de ascensão social dos migrantes.
Palavras-chave: migrações rural-urbanas, trajetórias, sujeitos sociais.
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