O Rio Grande da Globo: temporalidades regionalistas e edição de livros (1924-1960)

Autores

  • Jocelito Zalla Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

Neste artigo, pretendo analisar os nexos entre o projeto editorial da Livraria do Globo, de Porto Alegre, e o regionalismo gaúcho, em três temporalidades: o gauchismo heroico, nos anos 1920; a crítica e o descenso do regional na década de 1930; e a retomada dos temas e assuntos do Sul pela intelectualidade local, sob novos critérios, após o fim do Estado Novo. A edição de livros regionalistas ocupou parcela significativa da vida da casa editora, oscilando de acordo com o interesse do público, a conjuntura política, o desenvolvimento do mercado brasileiro e a relativa autonomização do campo cultural. De um lado, pode-se afirmar que, enquanto movimento literário e, por certo tempo, político, o regionalismo gaúcho dependeu quase que exclusivamente dos investimentos da Globo em edição, o que permitiu os esforços de reconfiguração ideológica e estética da vertente. De outro, sabemos que, em pelo menos dois momentos (segunda metade da década de 1920 e anos 1950), a linha regionalista deu retorno financeiro considerável: primeiro, sustentando, juntamente com a literatura de massa traduzida, a expansão da estrutura editorial da antiga livraria; depois, garantindo numerário seguro em tempos de crise.

Palavras-chave: Editora Globo, regionalismo gaúcho, História Cultural.

Biografia do Autor

Jocelito Zalla, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutorando em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2015-09-08