Reviver ou reunir o passado?: Um novo enquadramento da proposta historiográfica de Robert Southey

Autores

  • Flávia Varella UFRGS

Resumo

Este artigo tem por objetivo principal enquadrar Robert Southey em um novo contexto discursivo, diverso do habitual contexto romântico, visando melhor compreender a sua posição historiográfica, principalmente no que diz respeito à History of Brazil (1810-1819). No cenário brasileiro, as reflexões de Maria Odila da Silva Dias, principalmente graças ao O fardo do homem branco (1974), tornaram-se preponderantes para o entendimento da History of Brazil. Nesse livro, assim como em sua dissertação, Dias apresenta a History of Brazil como uma obra precursora do Romantismo inglês e fundamentalmente preocupada com o reviver histórico. Sustento, ao longo desse artigo, uma hipótese de pesquisa diversa que situa Southey dentro de outra realidade discursiva, relacionada com a pesquisa documental e a monumentalização do passado. Para tanto, em um primeiro momento, realizo um panorama das apreciações recentes que a categoria Romantismo vem recebendo dentro da crítica literária, para, logo em seguida, passar a uma breve comparação entre as historiografias de Southey e Thomas Babington Macaulay, realizada através da análise dos artigos que ambos produziram, no mesmo período, sobre a Constitutional History of England de Henry Hallam. De forma irônica, Macaulay parece defender a historiografia que Dias atribuiu a Southey. Desse modo, objetivo explicitar o total descompasso que existe entre o que Southey pensava que fazia e as linhas mestras do Romantismo. Por fim, realizo uma análise pontual de algumas partes do trabalho de Dias, que serviram para comprovar a sua hipótese de que a preocupação historiográfica central de Southey era reviver o passado.

Palavras-chave: História da historiografia, Romantismo, Robert Southey.

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Publicado

2014-04-24