Memória e justificação no processo de justiça transicional argentino: da reconstrução democrática às “megacausas” (1983-2013)
Resumo
Nos processos de reconstrução institucional da democracia argentina, é possível distinguir três contextos conflitivos e de justificação que irromperam na esfera pública ao se enfrentar a transição por meio da justiça penal. A primeira fase (1983-1990) começa logo após o término da ditadura (1976-1983) e compreende a elaboração do informe Nunca Más (1984), o julgamento público às juntas militares (1985), com a condenação dos principais algozes, e a consecutiva anistia dos mesmos por meio de decretos do governo de então. A segunda fase (1990-2005) tem início com uma política de reparações econômicas e engloba a ampliação da categoria jurídica da “desaparição forçada”, os julgamentos dos militares responsáveis pelas apropriações de bebês nascidos em prisões clandestinas e os “julgamentos pela verdade” iniciados em 1998. Esta fase se estende até a anulação das leis de impunidade em 2005. Na terceira fase, são retomados os julgamentos de repressores de todas as forças de segurança e aos civis que participaram na repressão. Se por um lado, passa a haver uma mudança em relação ao conceito de tortura que permite individualizar os casos tanto de vítimas quanto de perpetradores, por outro, estabelecem-se as “megacausas” como modo de agrupar juridicamente mais de uma causa em razão de um determinado circuito de repressão. Nosso objetivo é analisar as principais transformações no processo de judicialização da transição argentina.
Palavras-chave: justiça transicional, Argentina, ditadura militar, Nunca Más.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo a Revista História Unisinos o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista História Unisinos acima explicitadas.