A queda do homem civil: os antigos mexicanos e peruanos na History of America de William Robertson
Resumo
De acordo com o expoente historiador escocês do Século das Luzes William Robertson em History of America, o estancamento das artes primárias e o débil e violento caráter selvagem se relacionavam ao incipiente estado de coesão social no Novo Mundo. Mas, devido ao ingrediente das instituições supersticiosas sob controle de líderes sagazes, formas originais de organização política despontaram em horizontes sombrios para conter o selvagem e torná-lo obediente ao trabalho sob técnicas primitivas e defectivas. Nessas situações, a regra da liderança indígena seria o terror, no caso do governo de Motecuzoma no México, ou a cega submissão aos incas, no Peru. Os brotos de progresso da América indígena aparecem como cancros de um mundo estagnado que havia sido destruído na conquista espanhola. Se o jesuíta José de Acosta foi uma das principais contribuições para a “queda do homem natural” na época renascentista, o presbiteriano Robertson produziu no Iluminismo a grande história da “queda do homem civil” da América. Ambos os influentes escritores, cada um no seu tempo, contemplaram limites e impasses para os mexicanos e peruanos chegarem à plenitude da vida civil. Robertson, por sua vez, foi influenciado diretamente pelas perspectivas escocesas do progresso por estágios sociais e materiais, assim como pela noção de história providencial. Na History of America, os propalados impérios dos mexicanos e peruanos imantados ao mundo selvagem comportam desvios peculiares e estranhos ao correto progresso das nações.
Palavras-chave: mundo selvagem no Iluminismo, os impérios dos mexicanos e peruanos, William Robertson.
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