As conquistas de México-Tenochtitlan e da Nova Espanha. Guerras e alianças entre castelhanos, mexicas e tlaxcaltecas

Autores

  • Eduardo Natalino Santos Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos, Centro de Estudos Ameríndios - Universidade de São Paulo

Resumo

O artigo pretende mostrar que considerar a queda de México-Tenochtitlan como obra fundamentalmente castelhana e como equivalente à conquista dos territórios que comporiam a Nova Espanha significa desconsiderar a variada gama de forças políticas e de agentes ameríndios que atuaram nesses processos históricos. Baseado na análise de escritos nahuas, como o Lienzo de Tlaxcala, o Lienzo de Cuauhquechollan e o Códice Vaticano A, o artigo mostrará que as guerras e alianças realizadas entre castelhanos e cidades mesoamericanas para efetuar a conquista de México-Tenochtitlan, entre 1519 e 1521, lançaram as bases políticas e militares que permitiram, nas décadas seguintes, a conquista castelhano-nahua de boa parte dos territórios que viriam a compor a Nova Espanha. Sendo assim, a conquista desses territórios não se deu de forma automática a partir da queda da capital mexica e tampouco foi realizada apenas pelos europeus. Ao percorrer esse trajeto, o artigo mostrará também que considerar as forças políticas e os agentes ameríndios para tratar dessas conquistas resulta em explicações bastante distintas daquelas que encontramos nas vertentes historiográficas que podemos chamar de história dos vencidos e de história da mestiçagem.

Palavras-chave: conquista de México-Tenochtitlan, fontes históricas nahuas, história indígena colonial.

Biografia do Autor

Eduardo Natalino Santos, Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos, Centro de Estudos Ameríndios - Universidade de São Paulo

Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP), entre 1992 e 1995, onde também realizou seu mestrado e doutorado em História Social, entre 1997 e 2005. Fez cursos, estágios e pesquisas bibliográficas na Universidad Nacional Autónoma de México, entre 1998 e 1999 e entre 2002 e 2003, e na Stanford University, em 2004. É professor doutor no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP desde 2006, onde leciona principalmente as disciplinas História da América Pré-hispânica e História da América Colonial e se dedica a pesquisas sobre as concepções de história e de cosmogonia dos povos mesoamericanos e andinos, de tempos pré-hispânicos e coloniais. Além de vários artigos, publicou seu mestrado com o título “Deuses do México indígena. Estudo comparativo entre narrativas espanholas e nativas” – seu doutorado está no prelo e será publicado até o final de 2009 com o título “Tempo, espaço e passado na Mesoamérica. O calendário, a cosmografia e a cosmogonia nos códices e textos nahuas”. É um dos membros-fundadores do Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos da USP (www.fflch.usp.br/cema), que realiza, desde 2000, atividades sobre História e Arqueologia dessas duas regiões da América Indígena, tais como colóquios, seminários permanentes, grupo de estudo de nahuatl e quéchua etc. Possui também experiência no ensino de História nos níveis fundamental e médio, nos quais trabalhou entre 1992 e 1996 e para os quais escreveu um livro paradidático intitulado "Cidades Pré-hispânicas do México e América Central"

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Publicado

2014-05-02

Edição

Seção

Dossiê: História das Américas: fontes e historiografia