Do professor paroquial às professoras catequistas: notas para a história da educação em Santa Catarina
Resumo
Numa perspectiva histórica, o ensino primário como um espaço ocupado majoritariamente por mulheres é uma construção social. No Brasil, esse processo de as mulheres assumirem o magistério foi constituindo-se ao longo do século XIX e primeiras décadas do século XX. Esteve imbricado a fatores econômicos, sociais, culturais, religiosos e políticos. Todavia, houve leituras e discursos que o naturalizaram de tal forma que o serviço na instrução elementar foi paulatinamente sendo associado a uma missão sagrada. Nesse sentido, objetiva-se problematizar os discursos construídos em torno da fundação de uma associação de professoras, no Estado de Santa Catarina, em 1913. A fundação dessa Associação foi uma iniciativa e estratégia pastoral em prol dos valores religiosos nas escolas paroquiais, levada a cabo por padres alemães da Província Santa Cruz da Saxônia. O discurso incorporado pelas jovens professoras assumiu um caráter missionário, associando o exercício do magistério à vocação, abnegação e doação. Ou seja, um trabalho no qual não haveria a necessidade de muita recompensa material. A discussão aqui empreendida sinaliza também para as relações de poder e de gênero na educação, na medida em que as jovens professoras foram encerradas numa rede de práticas e proibições, formadas para a renúncia de si e abdicação dos desejos.
Palavras-chave: professoras, magistério, missão sagrada.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo a Revista História Unisinos o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista História Unisinos acima explicitadas.