A revista em quadrinhos Cabrochico e os debates culturais para a construção da “via chilena para o socialismo” (1971-1972)
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar o papel assumido pela cultura durante o governo socialista da Unidad Popular (UP) no Chile (1970-1973), enfatizando algumas iniciativas propostas pelo governo Allende envolvendo o universo infantil, em uma verdadeira luta pelos seus corações e mentes – e a estatização da editora Zig-Zag, que passa a se chamar Quimantú, caminha nessa direção. A partir dela, iniciou-se uma verdadeira revolução editorial, com a publicação de muitos livros e materiais de propagandas, com tiragens elevadas e custo muito reduzido. Estimula-se também o lançamento de revistas em quadrinhos conectadas com as ideias da UP – dentre elas, Cabrochico, objeto deste artigo. Sua tentativa de desmistificar os conteúdos que eram até então apresentados para as crianças, conectada com as conclusões tiradas por Ariel Dorfman e Armand Mattelart em seu trabalho Para Leer Al Pato Donald (1971), porém, não foi tão bem recebida pelos leitores chilenos, e gerou críticas, mudanças editoriais e, por fim, o encerramento da revista em dezembro de 1972. Procuramos aqui analisar algumas histórias em quadrinhos nela publicadas, com ênfase nas adaptações de conhecidos contos de fadas, cujos enredos foram modificados visando mostrar as contradições burguesas que estariam neles presentes, bem como apresentar novos valores nessas conhecidas histórias para seus leitores. Procuramos enfatizar na análise alguns dos limites e possibilidades presentes na iniciativa editorial de Cabrochico e levantar alguns problemas a serem desenvolvidos em reflexões ulteriores.
Palavras-chave: quadrinhos (Unidad Popular), Quimantú, Cabrochico
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