Pan-africanismo e negritude na construção do nacionalismo haitiano
DOI:
https://doi.org/10.4013/hist.2021.251.05Resumo
O Haiti suportou quase solitariamente a responsabilidade de defender a humanidade dos negros no final do século XIX. Buscando reagir ao colonialismo na África e suas teorias racistas, importantes intelectuais haitianos desempenharam um papel central na criação do movimento pan-africano que se iniciava nos anos finais do século e depois na criação do movimento da negritude na década de 1920. Esta temática é analisada desde a perspectiva do desenvolvimento desigual e combinado da história haitiana em relação à história contemporânea. Busca-se, desde uma crítica historiográfica e análise da produção teórica e documental dos principais autores, apresentar as temáticas que alimentaram o envolvimento dos intelectuais haitianos nos debates acerca do pan-africanismo, do novo nacionalismo pós-invasão dos EUA em 1915 e nos embates e divergências que permearam o rumo racista do movimento da negritude dirigido pelo grupo Griots de François Duvalier. Buscamos desenvolver duas hipóteses para uma compreensão das prováveis inter-relações com o nacionalismo haitiano. Em primeiro lugar, que os movimentos pan-africano e da negritude foram essenciais nas tentativas de construção ou reconstrução do nacionalismo do começo do século XX. Em segundo lugar, que os limites e restrições desses dois movimentos a uma abordagem econômica e social da questão negra abriram caminho a uma biologização racista e autoritária do discurso em defesa dos negros e do próprio nacionalismo, com prováveis repercussões nos atuais movimentos identitários negros.
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