O perigo dorme ao lado: estudos de caso de crimes passionais de internas do Manicômio Judiciário de Barbacena.
Resumo
O Manicômio Judiciário de Barbacena começa a receber pacientes a partir de junho de 1929. Terceiro manicômio judiciário brasileiro, e primeiro no estado de Minas Gerais, esta instituição fez parte de uma reforma realizada, para melhorar o atendimento aos alienados mineiros, que sofriam com os maus tratos desde o começo do século. Dito isto, este artigo, fruto de uma pesquisa de doutorado ainda em andamento, almeja analisar os laudos periciais de internos do MJB que cometeram crimes passionais. Pretende-se compreender como se deu a constituição do saber médico criminológico em Minas, neste período em que várias modificações ocorreram no âmbito psiquiátrico e também da criminologia, alijado ao debate de gênero. Dos 163 laudos periciais levantados até o momento, na sua grande maioria delitos masculinos, cometidos por lavradores (maior incidência de homicídios), separamos três casos, todos femininos, que se destacaram até momento, pelas suas similaridades e também pelos debates que eles suscitaram nos peritos do MJB, principalmente, no que tange ao debate em reação aos crimes que estas mulheres cometeram. Para isso dividimos nosso artigo em quatro partes: (i) a medicicalização do crime em fins do século XIX e começo do XX, (ii) apresentação metodológica da pesquisa, (iii) análise dos casos, (iv) a patologização do feminino e as relações entre loucura, gênero e crime.
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