João, Hans, Johann, Johannes: dialética dos nomes de batismo numa comunidade imigrante

Autores

  • Sergio Odilon Nadalin

Resumo

Na perspectiva lingüística, os prenomes assumem uma esfera do uso dos idiomas, o que é coerente com as preocupações expressas na historiografia e na antropologia recente. Na escala de um grupo étnico, a escolha do nome no batismo define um sinal ou signo, compondo um dos “traços diacríticos que as pessoas procuram e exibem para demonstrar sua identidade”. Este artigo pretende desenvolver algumas questões teórico-metodológicas fundamentadas num projeto de pesquisa cujo tema tem como referência a “nominação” dos indivíduos por ocasião do batismo. O trabalho é conduzido pela genealogia fundada por um casal de imigrantes alemães, construída a partir dos registros de batismos, casamentos e óbitos da antiga Deutsche Evangelische Gemeinde em Curitiba (1866). O conjunto dos descendentes do casal pioneiro, arranjado por gerações, traduz-se na identidade definida por nomes e sobrenomes, permitindo o exercício que se pretende objetivar neste trabalho. As hipóteses desenvolvidas fundamentam-se na idéia de que categorias de prenomes (estoque “imigrante”, estoque “teuto-brasileiro”, estoque “brasileiro”) podem ajudar a compreender a dinâmica das fronteiras étnicas edificadas pelo grupo imigrante e seus descendentes. A discussão metodológica desenvolve-se em torno da listagem dos prenomes arrolados da genealogia em função das gerações, no intuito de sedimentar a proposta. O artigo desemboca, portanto, em sugestões no sentido de aprofundar e sofisticar a metodologia, na pretensão da utilização do arrolamento exaustivo de nomes para explorá-los, inclusive, em função dos ciclos matrimoniais.

Palavras-chave: prenomes, metodologia, imigração, etnicidade, grupo étnico.

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Publicado

2021-06-10

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Artigos