Pragmatismo eleitoral e estabilidade política
o duplo jogo da Democracia Cristã no Chile e no Uruguai (1964-1970)
DOI:
https://doi.org/10.4013/hist.2023.273.05Resumo
Após conquistar o poder em 1964 com a eleição à presidência de Eduardo Frei Montalva, o PDC chileno atuou até 1970 num cenário político-institucional ainda estável, embora cada vez mais polarizado, o que permitiu à legenda dedicar-se quase exclusivamente ao jogo eleitoral. Naquele ínterim, o partido basicamente concentrou esforços na implementação de seu programa, a célebre Revolución en libertad, além de lidar com os conflitos internos entre suas diferentes alas. No Uruguai, por outro lado, o Partido Democrata Cristão era uma força minoritária e oposicionista, a qual a partir de 1967, com a radicalização da luta armada dos Tupamaros e o ascendente autoritarismo do governo de Jorge Pacheco Areco, engajou-se no chamado jogo de regime, isto é, empenhou-se na defesa da democracia colocando eventualmente em segundo plano objetivos eleitorais mais imediatos. Tendo analisado correspondências internas e material para a formação de militantes, bem como artigos da imprensa democrata-cristã, utilizou-se o método da história comparada para cotejar a trajetória dos PDCs chileno e uruguaio entre 1964 e 1970. Neste sentido, elegeu-se um problema central que permitiu articular ambos os objetos de análise, a saber, o comportamento dos dirigentes desses partidos em face das crescentes ameaças à democracia nos dois países. Baseando-se no conceito de duplo jogo de Scott Mainwaring (2010), demonstrou-se como no caso uruguaio os democrata-cristãos se comprometeram simultaneamente com os jogos eleitoral e de regime, buscando ampliar seu apoio nas urnas e, ao mesmo tempo, garantir a manutenção das instituições e do campo político então sob constante ameaça.
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