Ler é preciso: um estudo sobre uma comunidade de viajantes-leitores no século XIX: Mawe, Eschwege, Wied-Neuvied, Spix e Martius e Saint-Hilaire
DOI:
https://doi.org/10.4013/hist.2023.271.11Resumo
Este artigo busca investigar as sociabilidades científicas da leitura dos naturalistas europeus que viajaram pelo Brasil no começo do século XIX e as interações desses viajantes entre si e com naturalistas luso-brasileiros que os antecederam na descrição da natureza brasileira no século XVIII. Para tanto, foram utilizados os relatos de viagem de John Mawe, Wilhelm Ludwig von Eschwege, Maximilian de Wied-Neuwied, Auguste François César de Saint-Hilaire, Johann Baptiste von Spix e Carl Friedrich Philipp von Martius, que estiveram no Brasil a partir de 1807 e publicaram seus relatos nos países de origem durante as décadas seguintes. Buscou-se verificar nesses relatos as alusões, referências e notas bibliográficas visando possíveis leituras comuns, particularmente aquelas dos naturalistas luso-brasileiros que descreveram partes do Brasil a serviço da Coroa portuguesa entre 1770 e 1800. Este estudo permitiu perceber como se gestou uma comunidade de leitores científicos que compartilhavam leituras, referências e mesmo bibliotecas, faziam citações mútuas e copiavam abertamente as descrições uns dos outros – e de seus antecessores luso brasileiros do final do século XVIII –, de acordo com seus próprios interesses editoriais ou necessidades autorais, construindo todo um conjunto canônico de descrições do Brasil que ainda permeia a historiografia sobre o período.
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