Circulação, ressignificação e invisibilização

os mangás shonen na cultura digital do grupo One Piece Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/fem.2025.271.10

Resumo

Nas histórias em quadrinhos japonesas, conhecidas como mangás, os heróis mais emblemáticos costumam integrar a demografia shonen, voltada ao público masculino jovem. No entanto, o sentido de demografia enquanto categoria baseada no público-alvo é específico da cultura japonesa, o que gera lacunas quanto à forma como essas classificações são compreendidas por outros públicos. Partindo do debate sobre a circulação cultural, este artigo investiga as características que definem os mangás dessa demografia e busca compreender como tais traços, e o shonen de modo mais amplo, são percebidos e ressignificados por leitores brasileiros, especialmente por meio das interações e práticas da cultura digital no grupo do Facebook One Piece Brasil. Como resultado, percebemos que a demografia é pouco considerada na cultura digital dos fãs brasileiros de One Piece; nesse contexto, a ressignificação tende mais ao apagamento nas dinâmicas de circulação digital. Isso ocorre porque os fãs de One Piece tendem a valorizar a obra por aspectos que identificam como singulares da produção. Dessa forma, o que se destaca na cultura digital de One Piece afasta o mangá da demografia à qual pertence originalmente, reforçando uma leitura centrada na obra em si, e não no shonen. 

Biografia do Autor

Aline Mendes, Universidade Federal Fluminense/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda e Mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Mestre em Relações Internacionais pela Universidad do Estado do Rio de Janeiro. Integra o MidiÁsia+, o Centro de Referência para o Ensino do Combate à Desinformação (CODES) e o Laboratório de Estudos em Mídias, Cultura e Relações Internacionais (LEMCRI). 

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Publicado

2025-11-05

Edição

Seção

Dossiê Quadrinhos, Super-Heróis e Cultura Digital