Raça, gênero e processos de subjetivação nas redes sociais

Da abjeção à afirmação das existências marginalizadas nos dispositivos de visibilidade e vigilância

Autores

Resumo

A perspectiva dos estudos interseccionais tem produzido importantes tensionamentos nas ciências humanas, sociais e áreas da saúde ao considerar os atravessamentos das estruturas de opressão. Tais estruturas permeiam os processos de subjetivação, produzindo modos de ser e lugares passíveis de trânsito e de ocupação na sociedade. Nesse cenário, o presente trabalho discute os processos de subjetivação forjados nos dispositivos de visibilidade e vigilância a partir de afirmações de (r)existências de pessoas pretas transgênero. Este artigo busca compreender as ressonâncias das práticas sociais contemporâneas nos modos de subjetivação. Para tal, em consonância com a orientação cartográfica, procuramos desenvolver práticas de acompanhamento de processos ao, inicialmente, discutir modos de subjetivação produzidos a partir das narrativas cartografadas, bem como problematizar as transversalidades entre as práticas sociais e os modos de subjetivação. Identificamos cenários emergentes onde são forjadas construções discursivas sobre gênero, sexualidade e corpos trans a partir das especificidades estudadas nos cenários identificados e, por fim, discutir as implicações dessas construções discursivas nos modos de subjetivação. Os tensionamentos afirmados nas redes sociais, como também os lugares reivindicados por pessoas pretas e trans nesses dispositivos de visibilidade, sugerem a abertura de possibilidades para o reconhecimento dessas pessoas como influencers, pessoas de referência, saberes peritos e vozes de verdade capazes de produzir realocamentos dos corpos pela subversão de lugar de abjeção e ocupação de espaços nas redes que findam por reverberar também nas práticas sociais fora delas, a exemplo da crescente ocupação de representatividade política, e, principalmente, nos processos de subjetivação constituídos nas interseccionalidades de gênero, raça e afins.

Biografia do Autor

Monalisa Pontes Xavier, UFDPar

Professora Adjunta do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Delta da Parnaíba (UFDPar) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Comunicação, Identidades e Subjetividades (NEPCIS) e da Liga Acadêmica de Saúde Mental Piauiense (LASMENPI).

Geovane Pereira da Silva, UFPI

Jornalista, pesquisador e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Integrante do Núcleo de Pesquisas em Estratégias de Comunicação da UFPI e do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Comunicação, Identidades e Subjetividades (NEPCIS)

Diego Stéfano Araujo Souza, UFDPar

Diego Stéfano Araujo Souza - Bacharel em Psicologia (UFPI), licenciado em História (UESPI). Integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Comunicação, Identidades e Subjetividades (NEPCIS).

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Publicado

2022-04-19

Edição

Seção

Dossiê