Infodemia e Instagram: como a plataforma é apropriada para a produção de desinformação sobre a hidroxicloroquina?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/fem.2021.232.07

Resumo

Neste artigo, analisamos as estratégias de apropriação do Instagram para a produção de discursos desinformativos sobre o Covid-19. O nosso estudo de caso é focado na divulgação do uso da hidroxicloroquina como tratamento para a doença. Para isso, coletamos publicações na plataforma que mencionavam o medicamento. Selecionamos as 67 publicações desinformativas com maior número de interações e utilizamos Análise de Conteúdo para identificar como a multimodalidade foi apropriada na produção discursiva e quais foram as estratégias de legitimação utilizadas nas publicações. Nossos resultados mostram diferentes apropriações para vídeos e imagens, com vídeos utilizados como evidências e imagens dependendo de níveis textuais na legenda ou em sobreposições. Entre as estratégias de legitimação, houve prevalência da categoria de autorização, em publicações que mencionavam a produção e distribuição da droga e a sua inclusão em protocolos de tratamento da doença. A avaliação moral foi a segunda categoria mais utilizada, apropriada para a crítica a atores políticos. Mitopoesia, que tratava de casos de pessoas recuperadas que utilizaram hidroxicloroquina, e racionalização, que dava destaque a estudos que supostamente comprovavam a eficácia do medicamento, foram categorias menos comuns. 

 

PALAVRAS-CHAVE: Covid-19; desinformação; Instagram; multimodalidade, plataforma.

Biografia do Autor

Felipe Bonow Soares, MIDIARS

Doutor em Comunicação e Informação (UFRGS). Coordenador pesquisador do MIDIARS (Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes).

Carolina Bonoto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Comunicação no PPGCOM/UFRGS e pesquisadora do MIDIARS (Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes).

Paula Viegas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Comunicação e Informação no PPGCOM/UFRGS e pesquisadora do MIDIARS (Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes).

Igor Salgueiro, Universidade Federal de Pelotas

Estudante de graduação em jornalismo na UFPEL e pesquisador do MIDIARS (Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes).

Raquel Recuero, Universidade Federal de Pelotas e Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora e pesquisadora da UFPEL e do PPGCOM/UFRGS. Coordenadora e pesquisadora do MIDIARS (Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes).

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Publicado

2021-09-14

Edição

Seção

Dossiê