Cérebro como agente e mente consciente como guia de ação: experimentos estilo-Libet e as condições necessárias para o livre-arbítrio
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2021.221.09Resumo
Muitos experimentos neurocientíficos, baseados no monitoramento da atividade cerebral, sugerem que é possível predizer as intenções/escolhas/decisões de um agente antes que ele mesmo as conheça. Alguns neurocientistas e filósofos interpretam os resultados desses experimentos dizendo que o livre-arbítrio é uma ilusão, visto que é o cérebro e não a mente consciente que intenciona/escolhe/decide. Assumindo que os métodos e resultados desses experimentos são confiáveis a questão que se coloca é se eles realmente mostram que o livre-arbítrio é uma ilusão. Para tratar desse problema, argumento que primeiramente é necessário responder três questões referentes à relação entre mente consciente e cérebro: 1. Eventos cerebrais causam eventos conscientes? 2. Eventos conscientes causam eventos cerebrais? 3. Quem é o agente, isto é, que intenciona/escolhe/decide conscientemente, a mente consciente, o cérebro ou ambos? Respondo essas questões argumentando que a mente consciente é uma propriedade do cérebro devido à qual o cérebro tem a capacidade causal de interagir adaptativamente com seu corpo e, através deste, com o ambiente físico e sociocultural. Em outras palavras, o cérebro é o agente e a mente consciente, em suas várias formas - cognitiva, volitiva e emocional - e conteúdos, é seu guia de ação. Fundamentado nessa visão geral, argumento que os experimentos acima mencionados não demonstram que o livre-arbítrio é uma ilusão, e proponho, a partir de situações exemplares, o que acredito serem algumas das condições necessárias para o livre-arbítrio.
Palavras-chave: Cérebro agente, mente consciente, livre-arbítrio, experimentos estilo-Libet.
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