Artefatos: as grandes linhas de um esboço
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2021.221.05Resumo
Meu objetivo neste texto programático é explorar algumas relações entre as noções de intencionalidade, disposição e artefato. Não haveria artefatos sem “trabalho intencional”, uma atividade sustentada para a produção de algum bem útil ou de valor. Apresento em primeiro lugar o contextualismo como método usado para delimitar melhor o conceito ARTEFATO, com a intenção de aplicar o mesmo conceito aos nossos repertórios de disposições mentais, particularmente aqueles que afetam diretamente nossa identidade pessoal. O critério da intervenção humana, por mais impreciso que seja, é inevitável. As atitudes são estados mentais com conteúdo conceitual, e conceitos são disposições. Adquirimos conceitos durante a vida toda, às vezes inconscientemente e sem querer, às vezes através de algum tipo de definição, e cada agente cognitivo possui um único repertório de conceitos e um idioleto que lhe é próprio. A ideia de que nossas representações mentais (ou algumas delas) são artefatos pode parecer estranha à primeira vista, mas tentarei mostrar que ela é plenamente sensata. A maioria de nossas disposições mentais – aquelas providas de conteúdo conceitual – são elas mesmas artefatos. Finalmente, a razão pela qual somos todos diferentes psicologicamente e culturalmente, é que nossos repertórios de conceitos e nossos idioletos são diferentes. Por uma grande parte, o que torna nossa espécie tão especial, é este incessante processo através do qual homo sapiensfaz dele mesmo o que ele é.
Palavras-Chave: Intencionalidade, disposição, artefato, contextualismo, repertório.
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