As duas primeiras hipóteses de Parmênides, auta ta homoia e o espanto de Sócrates
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2020.212.05Resumo
Neste artigo, proponho uma nova interpretação para duas das mais debatidas passagens do diálogo Parmenides de Platão: o longo discurso de Sócrates (128e5–130a2) e a primeira antinomia de Parmênides (137c-155e). Meu objetivo é demonstrar: 1) que o discurso de Sócrates apenas faz sentido se pressupusermos auta ta homoia como um terceiro tipo de entidade, a propriedade imanente que os objetos sensíveis possuem por participarem na Forma do Semelhante; 2) que as duas primeiras hipóteses da segunda parte do diálogo (137c-155e), somadas às críticas de Parmênides na primeira parte do diálogo (130b-134e), representam uma resposta aos desafios socráticos (128e-130a). Os argumentos de Parmênides pretendem demonstrar que, de acordo com as premissas socráticas, é impossível que as Formas ou propriedade imanentes possuam o tipo de unidade que Sócrates deseja. Finalmente, 3) usarei a argumentação precedente para propor uma nova interpretação para a difícil questão acerca da relação entre as duas partes do diálogo Parmênides. De acordo com minha interpretação, o exercício presente na segunda parte do diálogo não fornece a solução para as críticas de Parmênides à Teoria das Ideias, a despeito do que muitos pensam atualmente. Antes, esses argumentos radicalizam as críticas de Parmênides ao apontarem uma incompreensão fundamental por parte de Sócrates acerca do que é ser uma unidade.
Palavras-chave: Platão; Parmênides, unidade, ontologia; formas.
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