Sócrates sobre ser bom
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2020.212.01Resumo
O principal objetivo deste artigo é apresentar uma interpretação do que Sócrates entendia por ser bom para um ser humano. Partindo da evidência no Banquete de que o próprio Sócrates era um indivíduo phronimos e sophron, procuro mostrar como a ética socrática está centrada na tese da (1) identidade da virtude com o conhecimento, que articulo com o tema da (2) ignorância socrática e (3) o papel de Sócrates como educador para mostrar como Sócrates tentou ajudar as pessoas a melhorarem a si mesmas. Para explorar o núcleo do pen-samento moral socrático, levo em consideração a explicação de Penner do intelectualismo socrático, endossando sua descrição do que significa ser bom para uma pessoa, mas não seguindo suas conclusões. Argumento então que, mesmo que Sócrates tenha sustentado crenças morais e, em certo grau, tenha sido sábio e virtuoso, não se deveria atribuir a ele o conhecimento moral, a virtude, a sabedoria ou a ciência do bem que somente os deuses dominam completamente. Sócrates costumava fazer profissão de ignorância. Na Apologia, o conhecimento que ele admite ter e que o torna mais sábio que os outros é a “sabedoria humana”, isto é, o reconhecimento de sua própria ignorância e, em geral, da ignorância humana sobre como viver bem. Municiado deste autoconhecimento, Sócrates assumiu a tarefa educacional de tentar libertar as pessoas da pior ignorância: não saber e pensar que sabem. Por meio da filosofia praticada como exame através da refutação (elenchos), ele se esforçou ao máximo para levar seus companheiros ao autoconhecimento, a cuidarem de suas almas, dedicarem-se à phronesis, à verdade e à perfeição de alma, em suma, a serem prudentes; esta é a única maneira pela qual uma pessoa atuaria bem, seria boa e feliz.
Palavras-chave: Sócrates, virtude, conhecimento, ser bom.
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