Tecnociência e a desreificação da natureza
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2020.211.01Resumo
As muitas definições de tecnociência são oferecidas como corretivas para um ideal de ciência pura, completamente separada da sociedade. A crítica da pureza nos estudos de ciência e tecnologia foi precedida por críticas fenomenológicas em Heidegger e Marcuse. A ideia de pureza não é mais credível. No entanto, o conceito de ciência pura tem desempenhado um papel histórico na defesa da ciência contra interferências políticas. O conceito de tecnociência corre o risco de abrir a ciência a essa interferência e tem provocado uma defesa renovada e fútil da sua pureza. O consenso nos estudos de ciência e tecnologia de que a ciência é fundamentalmente social parece obviar a necessidade de um termo como tecnociência. Este artigo sugere uma definição restritiva de tecnociência com base na multiplicação de testes independentes de validade. Este é um caso extremo da sociabilidade da ciência, porque aqui a ciência e a tecnologia emergem juntas, em vez de a teoria preceder a aplicação. A tecnociência sob essa definição descreveria o trabalho científico, validado cientificamente, que serve simultaneamente em processos comerciais e públicos que têm sua própria lógica e testes de validade independentes. Sob essa definição, a existência de interações complexas entre ciência e sociedade não obscurece as fronteiras entre esses testes. A tecnociência está inserida na sociedade, como toda ciência, mas é única ao se situar em um “garfo” [ataque duplo no xadrez] entre linguagens distintas e critérios de sucesso.
Palavras-chave: Tecnociência, estudos de ciência e tecnologia, Heidegger, Marcuse, ciência/sociedade.
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