Tecnociência e a desreificação da natureza

Autores

  • Andrew Feenberg School of Communication, Simon Fraser University,

DOI:

https://doi.org/10.4013/fsu.2020.211.01

Resumo

As muitas definições de tecnociência são oferecidas como corretivas para um ideal de ciência pura, completamente separada da sociedade. A crítica da pureza nos estudos de ciência e tecnologia foi precedida por críticas fenomenológicas em Heidegger e Marcuse. A ideia de pureza não é mais credível. No entanto, o conceito de ciência pura tem desempenhado um papel histórico na defesa da ciência contra interferências políticas. O conceito de tecnociência corre o risco de abrir a ciência a essa interferência e tem provocado uma defesa renovada e fútil da sua pureza. O consenso nos estudos de ciência e tecnologia de que a ciência é fundamentalmente social parece obviar a necessidade de um termo como tecnociência. Este artigo sugere uma definição restritiva de tecnociência com base na multiplicação de testes independentes de validade. Este é um caso extremo da sociabilidade da ciência, porque aqui a ciência e a tecnologia emergem juntas, em vez de a teoria preceder a aplicação. A tecnociência sob essa definição descreveria o trabalho científico, validado cientificamente, que serve simultaneamente em processos comerciais e públicos que têm sua própria lógica e testes de validade independentes. Sob essa definição, a existência de interações complexas entre ciência e sociedade não obscurece as fronteiras entre esses testes. A tecnociência está inserida na sociedade, como toda ciência, mas é única ao se situar em um “garfo” [ataque duplo no xadrez] entre linguagens distintas e critérios de sucesso.

Palavras-chave: Tecnociência, estudos de ciência e tecnologia, Heidegger, Marcuse, ciência/sociedade.

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Biografia do Autor

Andrew Feenberg, School of Communication, Simon Fraser University,

Canada Research Chair in Philosophy of Technology in the School of Communication, Simon Fraser University, where he directs the Applied Communication and Technology Lab. He has also taught for many years in the Philosophy Department at San Diego State University, and at Duke University, the State University of New York at Buffalo, the Universities of California, San Diego and Irvine, the Sorbonne, the University of Paris-Dauphine, the Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, and the University of Tokyo and the University of Brasilia.  Dr. Feenberg is Directeur de Programme at the College Internationale de Philosophie for the period 2013-2019.

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Publicado

2020-04-30

Como Citar

FEENBERG, A. Tecnociência e a desreificação da natureza. Filosofia Unisinos, São Leopoldo, v. 21, n. 1, p. 5–13, 2020. DOI: 10.4013/fsu.2020.211.01. Disponível em: https://www.revistas.unisinos.br/index.php/filosofia/article/view/fsu.2020.211.01. Acesso em: 23 maio. 2025.

Edição

Seção

Dossier