As marteladas da Genealogia da moral e outros escritos: desmantelamento quanto à concepção de origem e de história
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2019.202.11Resumo
A concepção de história compreendida enquanto historiografia, herdeira da tradição, apresenta os traços de linearidade, racionalidade e progresso. Contudo, por meio do método genealógico, Nietzsche a desmantela: ao tomar como ponto de partida a constituição orgânica do homem – composto de reflexos e instintos – adota um recuo histórico que elucida a interiorização dos instintos quando do início do processo civilizatório, sem, contudo, recair em uma concepção linear e teleológica da história. Assim, discute com os metafísicos, com a tradição judaico-cristã e com os moralistas do seu tempo que, segundo ele, escrevem “ahistoricamente” em tons de “azul”. A genealogia, segundo Nietzsche, pelo contrário, é “cinza”, trata do “realmente havido” (wirkliche Historie). Nosso trabalho objetiva também apresentar os termos burilados por Foucault no que concerne à história na Genealogia, tais como Herkunft (proveniência), Erfindung (invenção), Entstehung (emergência) enquanto características do “realmente havido”. Todas estas considerações culminam em ideias que apresentam a inviabilidade da autonomia da razão, a quebra desta concepção linear da história ao vislumbrar a teoria do eterno retorno e, consequentemente, da própria noção que daí decorre, a de progresso.
Palavras-chave: genealogia, história, Nietzsche.
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