As marteladas da Genealogia da moral e outros escritos: desmantelamento quanto à concepção de origem e de história

Autores

  • Angela Zamora Cilento Universidade P. Mackenzie

DOI:

https://doi.org/10.4013/fsu.2019.202.11

Resumo

A concepção de história compreendida enquanto historiografia, herdeira da tradição, apresenta os traços de linearidade, racionalidade e progresso. Contudo, por meio do método genealógico, Nietzsche a desmantela: ao tomar como ponto de partida a constituição orgânica do homem – composto de reflexos e instintos – adota um recuo histórico que elucida a interiorização dos instintos quando do início do processo civilizatório, sem, contudo, recair em uma concepção linear e teleológica da história. Assim, discute com os metafísicos, com a tradição judaico-cristã e com os moralistas do seu tempo que, segundo ele, escrevem “ahistoricamente” em tons de “azul”. A genealogia, segundo Nietzsche, pelo contrário, é “cinza”, trata do “realmente havido” (wirkliche Historie). Nosso trabalho objetiva também apresentar os termos burilados por Foucault no que concerne à história na Genealogia, tais como Herkunft (proveniência), Erfindung (invenção), Entstehung (emergência) enquanto características do “realmente havido”. Todas estas considerações culminam em ideias que apresentam a inviabilidade da autonomia da razão, a quebra desta concepção linear da história ao vislumbrar a teoria do eterno retorno e, consequentemente, da própria noção que daí decorre, a de progresso.

Palavras-chave: genealogia, história, Nietzsche.

 

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Biografia do Autor

Angela Zamora Cilento, Universidade P. Mackenzie

Bacharel e licenciada pela PUC-SP. Mestre em Filosofia pela PuC-SP. Doutoranda em Educação, arte e História da Cultura pela Unviersidade P. Mackenzie, professora desde 1995 nesta instituição, atuando nos curso de Filosofia atualmente.

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Publicado

2019-09-13

Como Citar

CILENTO, A. Z. As marteladas da Genealogia da moral e outros escritos: desmantelamento quanto à concepção de origem e de história. Filosofia Unisinos, São Leopoldo, v. 20, n. 2, p. 207–217, 2019. DOI: 10.4013/fsu.2019.202.11. Disponível em: https://www.revistas.unisinos.br/index.php/filosofia/article/view/fsu.2019.202.11. Acesso em: 23 maio. 2025.

Edição

Seção

Dossier