Inferências eliminativas e o problema das alternativas não concebidas
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2015.163.04Resumo
O argumento da inferência da melhor explicação enuncia que (i) dado que uma evidência (E) necessita de explicação e (ii) dado que uma hipótese (H), baseada em conhecimento anterior verdadeiro, ofereceu uma melhor explicação do que suas rivais para (E), conclui-se que (iii) temos boas razões para acreditar que H é verdadeira. Este argumento é apresentado com a finalidade de apresentar razões em favor da confiabilidade da metodologia científica: a melhor teoria teria emergido num contexto competitivo no qual foram eliminadas teorias rivais. Para antirrealistas, porém, este argumento apresenta sérias deficiências. Um dos problemas deste argumento está na premissa (ii), que descreve uma competição entre hipóteses rivais; de acordo com Kyle Stanford, o registro histórico mostra que a competição nem sempre teria ocorrido, já que algumas hipóteses rivais a uma hipótese proposta nem mesmo teriam sido concebidas, e portanto a confiabilidade da ciência não seria, ao menos em alguns casos, um produto de inferências eliminativas; com isso estaríamos diante do “problema das alternativas não concebidas”. Neste artigo pretendemos descrever sumariamente o argumento da inferência da melhor explicação. Em seguida, apresentamos o problema das alternativas não concebidas. Após, mostramos um estudo de caso oferecido por Stanford para uma defesa de sua posição. Por fim, na conclusão, apontamos um pequeno problema na proposta de Stanford.
Palavras-chave: inferência da melhor explicação, realismo científico, alternativas não concebidas.
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