A crítica comunitarista de Charles Taylor à concepção liberal de liberdade (negativa)
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2014.151.02Resumo
Pretendemos mostrar que a crítica comunitarista de Taylor à concepção liberal de liberdade (negativa) propõe uma nova forma de ver a liberdade da vontade (chamada de positiva). As teorias da liberdade negativa simplesmente se baseiam num conceito de oportunidade (opportunity-concept). Esse conceito não envolve a capacidade de realização, uma vez que se aplica à liberdade (negativa) como ausência de obstáculos, que se explicita como o poder de fazer isto ou aquilo sem se deparar com impedimentos externos, de ordem física ou legal, para o exercício desta ou daquela ação possível. A questão torna-se mais complexa com o conceito de realização (exercise-concept), mediante o qual a liberdade implica, essencialmente, autodeterminação e controle sobre a pessoa do agente e da sua ação e, portanto, possui um valor intrínseco de realização e não simplesmente instrumental. Sem abandonar a importância do valor liberal da liberdade do indivíduo, Taylor propõe uma nova forma de ver essa liberdade: ela não reside no exercício de opções indiferenciadas, mas no exercício efetivo de capacidades, mediante a satisfação de certos desejos qualificados como autênticos. Somos livres apenas se nós fazemos aquilo que realmente queremos, a partir de nossos verdadeiros desejos, não viciados por obstáculos internos, em particular pela não autenticidade de alguns deles.
Palavras-chave: liberdade, comunitarismo, liberalismo.
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