A crítica comunitarista de Charles Taylor à concepção liberal de liberdade (negativa)

Autores

  • Cesar Augusto Ramos Pontifícia Universidade Católica do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.4013/fsu.2014.151.02

Resumo

Pretendemos mostrar que a crítica comunitarista de Taylor à concepção liberal de liberdade (negativa) propõe uma nova forma de ver a liberdade da vontade (chamada de positiva). As teorias da liberdade negativa simplesmente se baseiam num conceito de oportunidade (opportunity-concept). Esse conceito não envolve a capacidade de realização, uma vez que se aplica à liberdade (negativa) como ausência de obstáculos, que se explicita como o poder de fazer isto ou aquilo sem se deparar com impedimentos externos, de ordem física ou legal, para o exercício desta ou daquela ação possível. A questão torna-se mais complexa com o conceito de realização (exercise-concept), mediante o qual a liberdade implica, essencialmente, autodeterminação e controle sobre a pessoa do agente e da sua ação e, portanto, possui um valor intrínseco de realização e não simplesmente instrumental. Sem abandonar a importância do valor liberal da liberdade do indivíduo, Taylor propõe uma nova forma de ver essa liberdade: ela não reside no exercício de opções indiferenciadas, mas no exercício efetivo de capacidades, mediante a satisfação de certos desejos qualificados como autênticos. Somos livres apenas se nós fazemos aquilo que realmente queremos, a partir de nossos verdadeiros desejos, não viciados por obstáculos internos, em particular pela não autenticidade de alguns deles.

Palavras-chave: liberdade, comunitarismo, liberalismo.

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Biografia do Autor

Cesar Augusto Ramos, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Prof. Titular em Ética e Filosofia Política do Programa de Pós-graduação do Departamento de Filosofia da PUCPR

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Publicado

2014-06-10

Como Citar

RAMOS, C. A. A crítica comunitarista de Charles Taylor à concepção liberal de liberdade (negativa). Filosofia Unisinos, São Leopoldo, v. 15, n. 1, p. 20–34, 2014. DOI: 10.4013/fsu.2014.151.02. Disponível em: https://www.revistas.unisinos.br/index.php/filosofia/article/view/fsu.2014.151.02. Acesso em: 23 maio. 2025.

Edição

Seção

Artigos