Espíritos de uma era: Hume e Rousseau e a disputa sobre o progresso das artes e ciências
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2013.143.04Resumo
Muito antes de David Hume (1711-1776) e Jean- Jacques Rousseau (1712- 1778) se conhecerem pessoalmente com consequências desastrosas para ambos, no final de 1765 e início de 1766, eles tinham desenvolvido pontos de vista diferentes sobre uma das questões mais importantes presente em diferentes contextos ao longo do século XVIII na Europa: a questão sobre o progresso das artes e das ciências. Na verdade, a questão era tão ampla quanto importante pois estava relacionada com os próprios fundamentos da modernidade e, mais particularmente, com o estabelecimento de valores empresariais, uma questão que Hume e Rousseau trataram sob o título de “comércio”. Meu propósito é, portanto, a (i) reconstruir os argumentos de Hume e Rousseau sobre a relação entre o comércio, o progresso da arte, da ciência e da moralidade com o objetivo de (ii) propor uma interpretação de seu desentendimento, no sentido de que, de acordo com os seus próprios argumentos sobre tais questões, as diferenças entre eles eram muito grandes para que fossem capaz de estabelecer uma relação amigável. Estes dois pontos levam-me, em seguida, a (iii) discutir as suas questões à luz do mundo contemporâneo. Em outras palavras, o objetivo deste trabalho é argumentar que as diferenças entre Hume e Rousseau podem ser vistas como latentes já no início de suas carreiras, no sentido de que tudo deveria estar relacionado com a dinâmica que a modernidade deveria tomar: de acordo com Hume, uma direção liberal-progressista, enquanto que, de acordo com Rousseau, tal direção implicaria nada além de um colapso moral.
Palavras-chave: progresso, ciências, moral, comércio, Hume, Rousseau.
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