As nossas mentes deontoutilitaristas
DOI:
https://doi.org/10.4013/fsu.2013.142.03Resumo
Neste artigo são discutidas as respostas padrão dadas pelas pessoas para dilemas morais relacionados a vida e morte, propondo um modelo filosófico que chamaremos de “modelo deontoutilitarista”. Sugere-se que, quando as pessoas julgam moralmente, elas usam um padrão que combina considerações deontológicas e utilitaristas, um sistema que é primeiramente deontológico e aceita que é errado matar pessoas inocentes. Confrontados, porém, com a necessidade de matar alguém para salvar mais pessoas, elas tipicamente dirão que é correto fazê-lo, a menos que, para isso, elas tenham de usar sua força física ou tenham de ter algum tipo de contato pessoal com a(s) pessoa(s) que será(ão) sacrificada(s). Neste caso, elas não praticarão a ação. Entretanto, elas tipicamente responderão que é correto usar a força física ou ter algum contato com a pessoa a ser morta se a morte for inevitável ou em “situações de catástrofe” em que, a menos que uma pessoa seja morta, milhares de outras pessoas irão morrer. A maioria de nós, entretanto, voltará a julgar deontologicamente se estiver diante de uma “situação de chantagem” em que alguém ordena a outrem que mate um terceiro, ameaçando, no caso de que a pessoa se negue a fazê-lo, matar um número maior de pessoas. Nestas situações, a maioria das pessoas se sente ultrajada com a oferta e, tipicamente, voltará a julgar de modo deontológico, afi rmando que seria errado praticar a ação.
Palavras-chave: dilemas do vagão, dilemas morais, deontoutilitarismo, modelo deontológico-utilitarista.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Concedo a revista Filosofia Unisinos – Unisinos Journal of Philosophy o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.