Em busca de indícios do fetichismo da tecnologia na geografia crítica de Milton Santos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/con.2024.202.08

Palavras-chave:

Fetichismo. Tecnologia. Espaço. Geografia. Capitalismo.

Resumo

Os sistemas e objetos tecnológicos pelos quais os modos de vida são inundados na atualidade são elementos imprescindíveis tanto para a análise crítica quanto para a compreensão do tipo de sociedade a que se almeja pela participação democrática. Diante disso, se opta por pontos de vistas diametralmente opostos: as tecnologias são necessariamente boas e contribuem para o desenvolvimento humano ou são, por outro lado, mecanismos de desumanização gradual. O objetivo desta escrita é demarcar a possibilidade de uma crítica efetiva a tecnologia sem abdicar de seu caráter ontológico, quando apoiada na necessidade da técnica para a transformação do mundo e construção de um espaço próprio a realização da vida humana. Para isso, buscou-se no conteúdo filosófico da obra de Milton Santos, pistas para compreender os conceitos de fetichismo da mercadoria e da tecnologia, de modo a reconstituir a relação mais direta e ativa dos sujeitos com o mundo, o espaço no qual realizam suas vidas, condição na qual o capitalismo opera uma mistificação sobre os objetos e os sujeitos. Conclui-se que um olhar a partir do espaço geográfico torna-se relevante para a análise da tecnologia, tendo em vista que congrega não só a estrutura de significado pela qual nossas ações são constituídas, mas os efeitos concretos, no espaço, dos sistemas de ações e objetos ligados a determinada vetorização de um poder que articula ideologicamente nossa relação com o mundo. Não é a tecnologia por si uma problemática, mas o modo pelo qual ela adquire valor em nosso contexto de vida.

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Publicado

2024-07-26

Como Citar

DOS SANTOS, M. H. Em busca de indícios do fetichismo da tecnologia na geografia crítica de Milton Santos. Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, São Leopoldo, v. 20, n. 2, p. 133–145, 2024. DOI: 10.4013/con.2024.202.08. Disponível em: https://www.revistas.unisinos.br/index.php/controversia/article/view/27022. Acesso em: 31 maio. 2025.