Violência nas relações íntimas juvenis: (des)ajustamento psicossocial e estratégias de coping

Autores

  • Ana Patrícia Santos Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa
  • Sónia Caridade Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Fernando Pessoa
  • Jorge Cardoso Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2019.121.01

Resumo

O presente estudo procurou caraterizar as vivências amorosas abusivas de jovens, o (des)ajustamento psicossocial das vítimas e as estratégias de coping utilizadas por estas. Para tal recorreu-se ao Questionário de Vivências Amorosas Abusivas (QVAA) e ao Brief COPE. A amostra final foi constituída por 287 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos (M=22.08; DP=1.69), sendo 80.8% do sexo feminino e 19.2% do sexo masculino. Em termos de resultados, 13.9% admitiram perpetrar violência contra o/a namorado/a e 23.7% revelaram ter sofrido algum tipo de abuso íntimo, sendo a agressão psicológica a mais referida pelos/as jovens, tanto ao nível da perpetração (41%) como da vitimação (24.2%). Foi ainda possível apurar que 65% dos/as jovens que admitiram perpetrar atos abusivos foram simultaneamente vítimas. Relativamente às consequências da violência estas manifestam-se principalmente ao nível dos sentimentos e comportamentos dos/as jovens, sendo que as estratégias de coping de tipo ativo foram as mais referenciadas (77.9%) pelas vítimas para fazer face à violência. Os resultados reforçam a necessidade de promoção de um estilo de coping adequado para lidar com as experiências abusivas.

Palavras-chave: violência íntima; coping; ajustamento psicossocial.

 

Biografia do Autor

Ana Patrícia Santos, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa

Licenciada em Psicologia Criminal pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. Mestre em Psicologia da Justiça: Vítimas de Violência e de Crime pela Universidade Fernando Pessoa.

Sónia Caridade, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Fernando Pessoa

Doutorada em Psicologia da Justiça. Professora Auxiliar na Universidade Fernando Pessoa (UFP) do Porto, Portugal. Co-coordenadora da Unidade de Psicologia Forense da Clínica Pedagógica de Psicologia da UFP e investigadora no Observatório Permanente Violência e Crime desta mesma universidade. Desenvolveu a sua tese de doutoramento na área da violência das relações íntimas juvenis e é autora de diversas publicações, nacionais e internacionais, neste domínio e nas áreas da Psicologia da Justiça e Vitimologia.

Jorge Cardoso, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz

Jorge Cardoso é Psicólogo Clínico, doutorado em Ciências Biomédicas pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Universidade do Porto. Possui o grau de Especialista em Psicologia Clínica, pelo Ministério da Saúde. É Terapeuta Sexual, creditado pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. Exerceu actividade clínica no Serviço de Psicoterapia Comportamental e na Consulta de Sexologia e Aconselhamento Conjugal do Hospital Júlio de Matos, entre 1997 e 2008. Exerce prática clínica privada em Lisboa.

É Professor Associado e Presidente da Comissão Científica do curso de Psicologia, no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, onde lecciona desde 1997. É membro da Unidade de Investigação em Psicologia e Saúde do ISPA e do Centro de Investigação Interdisciplinar Egas Moniz do ISCSEM. Realiza investigação nos domínios da Sexualidade Humana, Psicologia da Saúde e Psicologia Forense, sendo docente convidado em diversos mestrados e pós-graduações nestas áreas. É autor de vários artigos e capítulos de livros, bem como do livro Sexualidade e Deficiência (Editora Quarteto)

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Publicado

2019-04-03

Edição

Seção

Artigos