Coping religioso de pessoas em psicoterapia: um estudo preliminar
DOI:
https://doi.org/10.4013/ctc.2016.92.06Resumo
Estudos têm demonstrado que crenças e práticas religiosas são mediadoras do processo saúde-doença por possibilitarem o desenvolvimento de recursos pessoais de coping. O processo pelo qual as pessoas, por meio de sua religião, tentam lidar com importantes exigências pessoais ou situacionais em suas vidas é denominado de coping religioso. Todavia, não existe um consenso acerca de como tais estudos podem ser aplicados na prática profissional durante o atendimento clínico-psicológico. Este estudo visou identificar e compreender o papel do coping religioso de pessoas em psicoterapia, bem como investigar como tais recursos religiosos foram abordados durante o atendimento, segundo a percepção dos participantes. Os objetivos específicos foram descrever e analisar os estressores presentes na vida de pessoas em psicoterapia, as modalidades de coping (religioso e não religioso) utilizadas por elas para lidar com a situação estressora; a percepção dos participantes acerca da eficácia de suas estratégias de coping religioso e da valorização dessas estratégias pelo profissional durante o processo psicoterapêutico. Foram entrevistadas oito pessoas, com base em roteiro semiestruturado, em psicoterapia cognitivo-comportamental, em relação à qual o conceito de coping tem consonância teórica. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo. Os resultados indicaram que os participantes, segundo seus relatos, usaram uma variedade de estratégias de coping religioso para manejar situações de estresse, embora estas parecem não ter sido valorizadas pelos psicoterapeutas nos atendimentos. Conclui-se pela importância de se considerar o coping religioso na clínica psicológica, tanto como um recurso para regulação de emoção quanto para resolução direta de problemas.
Palavras-chave: coping, coping religioso, psicoterapia.
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