Clínica intercultural: a escuta da diferença
DOI:
https://doi.org/10.4013/ctc.2015.82.07Resumo
O processo migratório implica na experiência de passar a conviver com diferentes culturas e formas de compreender o mundo, indo além do deslocamento geográfico. Os refugiados e imigrantes pós-desastres naturais trazem consigo uma especificidade ainda maior de tal experiência, dado o caráter involuntário do deslocamento. As diversas mudanças geradas pelo processo migratório como um todo podem levar os imigrantes a um estado de vulnerabilidade psíquica. Com base no reconhecimento dessas questões, em 2012, o projeto de extensão universitária Clínica Intercultural iniciou suas atividades. Seu principal objetivo é oferecer atendimento psicológico a imigrantes e refugiados, por meio de uma escuta qualificada do sofrimento psíquico, levando em conta a dimensão cultural na busca do equilíbrio dinâmico da pessoa, por reconhecer seu papel na estruturação psíquica. Ao longo do tempo, o espaço de atuação do projeto ampliou-se, de forma a ultrapassar os limites da clínica psicológica, consolidando seu caráter social e político em relação às imigrações no contexto brasileiro. O presente artigo é um relato de experiência e objetiva apresentar o percurso da Clínica Intercultural com suas respectivas atividades, o perfil do público que atende e o dispositivo clínico. O trabalho vem alcançando resultados positivos no que diz respeito à ampliação do reconhecimento do trabalho da clínica na comunidade, à sensibilização sistemática de alguns serviços e ao espaço político ocupado em sua articulação com outras instituições, contribuindo para estratégias de acolhimento e integração de imigrantes e refugiados na região metropolitana de Florianópolis.
Palavras-chave: Psicologia Clínica Intercultural, imigrantes, refugiados, etnopsiquiatria.
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