Analisando a trajetória das metrópoles industriais às cidades-jardins: os ideais utópicos transformados em cidades-dormitórios

Autores

  • Adriana Araujo Portella Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas.

DOI:

https://doi.org/10.4013/arq.2014.102.01

Resumo

O presente artigo percorre as transformações urbanas que ocorreram em função da degradante qualidade de vida oferecida pelas cidades da época da Revolução Industrial. A insatisfação com as péssimas condições de higiene e poluição atmosférica fizeram com que vários teóricos, urbanistas e pesquisadores desenvolvessem princípios utópicos que fundamentaram mais adiante o surgimento das cidades-jardins. Tais princípios que ligavam a preservação das áreas naturais com o crescimento das cidades buscavam o aumento da qualidade de vida das pessoas, não somente das classes mais abastadas, mas também do proletariado tão marginalizado na era industrial. Entretanto, muitos desses ideais utópicos nunca saíram da etapa de projeto, já que grande parte das aglomerações urbanas organizadas em prol de tais princípios acabou por não se manter como o planejado devido a questões de competitividade e civilidade entre os habitantes. Assim, dentro desse contexto, surgem os subúrbios norte americanos que marcaram o nascimento das cidades-dormitórios, que hoje caracterizam a dependência em relação ao automóvel e muitas vezes a baixa qualidade de vida de muitos trabalhadores que dependem de uma infraestrutura de transporte público completamente defasada em relação à demanda de usuários. Traça-se, portanto, um paralelo aos problemas hoje vivenciados por muitas cidades a fim de estimular discussões acerca das origens dos fenômenos contemporâneos de crescimento urbano que assolam a urbes, bem como a busca por soluções que muitas vezes remetem aos ideais utópicos já defendidos desde o século XIV.

Palavras-chave: utopia, cidade-jardim, cidade-dormitório.

Biografia do Autor

Adriana Araujo Portella, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas.

Possui Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas (Janeiro de 2001), Mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Maio de 2003), Doutorado em Desenho Urbano pela Oxford Brookes University (Maio de 2007) na Inglaterra, e Pós-doutorado em Planejamento Urbano pela University College London (Julho de 2008), também na Inglaterra. É revisora do jornal inglês científico entitulado Journal of Environmental Psychology , da Editora Ashgate em Londres, do periódico Ambiente Construído no Brasil e avaliadora ad hoc da CAPES para candidaturas de doutorado e pós-doutorado no exterior. Desde Agosto de 2008 é Professora Adjunta na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, e de Janeiro de 2009 à Maio de 2013 foi Coordenadora da Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PROGRAU) dessa mesma instituição. Trabalha com pesquisa desde 1997 e tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional com ênfase nos seguintes temas: (i) poluição visual causada por anúncios comerciais em cidades históricas, (ii) preservação de cidades históricas, (iii) análise cromática e comportamental de centros históricos, (iv) mobilidade e acessibilidade urbana sustentável em centros históricos, (v) wayfinding e avaliações estéticas em espaços urbanos, (vi) sintaxe espacial, segregação social e densidade urbana, e (vii) o uso do geoprocessamento (GIS) como um instrumento de análise urbana. Domina principalmente os seguintes programas computacionais: SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), Coreal Draw e Photo Paint, Auto Cad, Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint), e ArcMap. Durante seu mestrado e doutorado desenvolveu métodos científicos para analisar o nível de complexidade de áreas urbanas e gerar montages de ruas comerciais a partir de imagens fotográficas. No seu pos-doc o GIS foi uma das principais ferramentas utilizadas para o cadastro das praças construídas em Londres depois de 1980.

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Publicado

2015-01-29

Como Citar

Portella, A. A. (2015). Analisando a trajetória das metrópoles industriais às cidades-jardins: os ideais utópicos transformados em cidades-dormitórios. Arquitetura Revista, 10(2), 46–58. https://doi.org/10.4013/arq.2014.102.01

Edição

Seção

Artigos